Marília

Juiz condena Camarinha e Dátilo a devolverem R$ 11 milhões

Juiz condena Camarinha e Dátilo a devolverem R$ 11 milhões

A 2ª Vara Federal de Marília condenou o ex-prefeito e atual deputado estadual José Abelardo Guimarães Camarinha, e o atual secretário de Serviços urbanos da cidade, José Luís Dátilo, a devolver R$ 11 milhões aos cofres públicos por improbidade na contratação das obras da Barragem do Ribeirão dos Índios.

As obras foram financiadas pelo governo federal  por meio da Caixa Econômica Federal. Camarinha, que foi prefeito até 2004, firmou cinco contratos de repasses para que o município executasse ações relativas ao “Programa Morar Melhor”.

“Entre os contratos, estava prevista a construção da barragem do Córrego de Ribeirão dos Índios, sistema de captação, adução e estação de tratamento de água. Apesar dos recursos federais terem sido repassados ao município para a execução das obras, houve atrasos e os empreendimentos previstos, entre eles a barragem, não foram concluídos”, diz mensagem divulgada pelo MPF após a condenação.

Segundo a sentença do juiz federal Luiz Antonio Ribeiro Marins, apenas 30% da obra foi executada, embora os recursos federais tenham sido repassados integralmente à municipalidade. O magistrado afirma que “o pagamento por obra incompleta significa, sem maiores explicações, pagamento a mais, pagamento indevido”.

Marins explica ainda que “as provas colhidas nos autos comprovam a imputação realizada pelo autor, pois em inspeções in loco, constataram-se irregularidades que refletiam a malversação de verbas públicas, mormente porque a obra foi paralisada acarretando, além do prejuízo à União, a privação do município das obras de implantação e melhoria do sistema de fornecimento de água, não se tratando de mera falha administrativa, mas ato de improbidade”. Para o juiz, a atitude dos réus prejudicou gravemente a população da zona norte de Marília, que sofre constantemente com a falta d’água.

PENA

Além do valor a ser devolvido ao erário, Abelardo Camarinha e José Dátilo terão seus direitos políticos suspensos por cinco anos e estarão proibidos de contratar com o poder público pelo mesmo período. O ex-prefeito também deverá pagar multa de R$ 1 milhão ao Município de Marília, e o ex-secretário, o valor de R$ 500 mil.