No último domingo me deparei com uma situação inusitada: duas meninas (aproximadamente 13 anos) estavam pedindo informações sobre como chegar a um local da cidade, porém era muito longe, então questionei por que estavam indo para lá. E uma delas me disse que estava fugindo de casa.
Fiquei chocada, sem reação, mas resolvi mais uma ver questiona-las sobre o motivo da fuga e a outra me disse que não aguentava mais apanhar de seu padrasto! Mais uma vez fiquei pasma.
Porém estava indo encontrar uma amiga que saberia como orientar essas meninas, já que elas estavam determinadas a não voltar para suas casas, uma delas estava com cicatrizes e marcas roxas pelo corpo.
Encontrando essa minha amiga, ela acionou o Conselho Tutelar da cidade e tomou as devidas providências para encaminhamento dessas meninas.
Refleti, muito, sobre o caso e fui pesquisar sobre casos de violência infanto-juvenil. E mais uma vez fiquei chocada: seis em dez crianças são vitimas de agressão física; uma em dez meninas já sofreram violência sexual. Alguns casos de violência sexual só são relatados depois que essas crianças já cresceram, ficaram adultas (VEJA AQUI).
Assisti a uma reportagem do Fantástico (AQUI) sobre violência infantil, foi muito mais impressionante, pois as próprias vítimas que estavam falando sobre o que tinha acontecido, tinha imagens de câmeras escondidas, tudo bem forte.
E fiquei pensando em como essas coisas ainda acontecem, e pior, pelo que muitas crianças relataram, quando o Conselho Tutelar vai interrogar os pais eles dizem que é invenção da criança, que foi só uma palmadinha (nada demais).
Aí ficam duas partes: crianças que relatam a violência e os pais (pode ser tios, avós, ou qualquer pessoa muito próxima às crianças) que negam. E na maioria das vezes, como sempre, a voz da vítima é silenciada.
Temos que tomar uma posição sobre isso, acredito que como eu, muitas pessoas também não sabiam que atitude tomar mediante uma situação dessa. Precisamos falar de violência infantil, isso é mais que necessário, assim como todas as formas de violência.
Se conhecer algum caso de violência infanto-juvenil denuncie, disque 100 ou recorra ao Conselho tutelar da sua cidade, todos nós precisamos fazer nossa parte.