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Estudantes protestam contra Máfia da Merenda

Estudantes protestam contra Máfia da Merenda

Alunos de escolas técnicas estaduais fazem uma manifestação na praça Coronel Fernando Prestes, na Luz, centro da capital paulista. Eles reivindicam punição aos desvios na merenda escolar. A concentração do protesto começou às 7h, e, por volta das 10h30, o grupo vai seguir em passeata pela região central.

A Polícia Militar não fez estimativa do número de manifestantes no protesto, mas os estudantes calculam que pelo menos mil pessoas participam do ato, incluindo escolas de São Paulo, Tiquatira, Itaquera, Paulistano, Guaracy Silveira, Parque da Juventude e Professor Camargo Aranha.

Segundo Guilherme da Silva, de 15 anos, que estuda na Escola Estadual Amélia Kerr Nogueira, um grupo pulou catracas na estação Sumaré do metrô, região oeste, para chegar à manifestação no centro. Os 15 adolescentes, da Escola Fernão Dias Paes, disseram que sofreram agressões dos seguranças do metrô e que um deles foi detido e, depois, liberado.

“Eu fui tentar trocar ideia com o cara [segurança do metrô] e ele me deu um soco no nariz e numa menina. A gente seguiu o trajeto. Na estação Paraíso, quando fomos entrar no metrô, um estudante do Fernão Dias foi puxado pelo colarinho pelo segurança. Fizemos resistência para não levar aquele estudante”, disse Guilherme.

Falta de alimentação

Chablau, estudante da escola técnica São Paulo, integrante do grêmio, diz que os alunos não recebem merenda e nem almoço, mesmo ficando em período integral na instituição. Grande parte das escolas nunca teve merenda ou almoço, segundo ela.

“Aqui na ETCs de São Paulo, quem faz ensino integrado passa o dia inteiro na escola, e tem que esquentar marmita no microondas. Só que são três microondas para todos, incluindo a Fatec. Então, são seis mil estudantes para três micro-ondas. A gente acaba não comendo. Os enfermeiros daqui dizem que muita gente passa mal porque não come”, disse ela.

Fraudes

Uma força-tarefa da Polícia Civil e do Ministério Público investiga, na Operação Alba Branca, deflagrada no dia 19 de janeiro, um esquema de fraude na compra de merenda escolar de prefeituras e do governo paulista. Segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Ribeirão Preto, as fraudes nas contratações da merenda, feitas entre 2013 e 2015, chegam a R$ 7 milhões, sendo R$ 700 mil destinados ao pagamento de propina e comissões ilícitas.

Segundo o Gaeco, os crimes envolvem 20 municípios: Americana, Araras, Assis, Bauru, Caieiras, Campinas, Colômbia, Cotia, Mairinque, Mairiporã, Mogi das Cruzes, Novaes, Paraíso, Paulínia, Pitangueiras, Ribeirão Pires, São Bernardo do Campo, Santa Rosa de Viterbo, Santos e Valinhos.