A revista Veja da semana passada lançou uma reportagem com a mulher do vice-presidente com o titulo “Marcela Temer: bela, recatada e do lar” e com o subtítulo “a quase primeira-dama, 43 anos mais jovem que o marido, aparece pouco, gosta de vestidos na altura dos joelhos e sonha em ter mais um filho com o vice”.
E não demorou muito tempo para que várias mulheres se posicionassem diante dessa afirmação, alegando o alto teor de machismo e a padronização da beleza e comportamento, ou seja, mais uma vez ditando como as mulheres realmente devem ser ou indicando que este seria um padrão mais adequado a uma primeira dama!
Mulheres comuns, mulheres trabalhadores, mulheres da periferia, mulheres de luta, mulheres da política, mulheres que são mães passaram a postar fotos com a hastag #BelaRecatadaeDoLar para mostrar como é a realidade e quebrar a ideia de que existe uma mulher perfeita, quebrar a ideia de Amélia, que “não tinha menor vaidade, Amélia que era mulher de verdade” ou da mulher “do lar” como o padrão para acompanhar maridos.
Na década de 50 havia revistas com dicas para que as mulheres fossem “boas esposas”, e isso incluía desde que elas se vestissem bem e de forma comportada, que não se intrometessem nos assuntos do marido, não brigassem com ele e proporcionassem o melhor ambiente possível para que ele pudesse repousar em casa.
Sim, isso existia, e de monte (link: http://www.videosvirais.com.br/este-guia-de-1950-da-18-dicas-para-mulheres-serem-boas-esposas-a-ultima-e-um-insulto). É triste saber que ainda existe!
O machismo colocou isso no imaginário coletivo, a ideia de que a mulher nasceu para ser rainha do lar, dentro de casa, servir ao homem. O tempo, mudanças de hábitos e conquistas da mulher mostram o quanto esse é um pensamento errado e atrasado. E apesar disso muitos homens ainda acreditam que lugar de mulher é na cozinha, no lar!
Contra essa ideia de submissão, para conquistar espaço no trabalho, política e decisões, tantas mulheres foram à luta, mostraram força, competência, defesa de nossos direitos e enfrentaram repressão, julgamentos, violência sem desistir de seus ideais.
Tudo para mostrar que lugar de mulher é onde ela quiser. Ela pode ser bela, recatada e do lar. E pode ser bela, recatada e engenheira. Pode ser executiva, esportista, bailarina, operária, professora, enfim, ser bela e ser livre.
Sempre bato na tecla: vamos romper com as amarras sociais, vamos quebrar com esse machismo que nos assombra e com esteriótipos!
Este texto é em homenagem a todas as mulheres reais que vão à luta todos os dias!