Vi uma reportagem do site Hypeness (AQUI) que me fez pensar muito, bastante, e demais sobre como as pessoas estão se movimentando dentro de causas sociais pelo dito “voluntariado superficial” ou só por conveniência mesmo. Em linguagem clara e direta: fazer para aparecer.
E pensei muito porque vem me chamando a atenção os casos de pessoas se apropriando da cultura de outras etnias para autopromoção, para vender, para ganhar likes e afins…Simplesmente se aproveitam disso para faturar, em compartamentos que na verdade não têm por trás o verdadeiro cunho de certas causas sociais. E, claro, pela minha atuação diário, vejo muito a a apropriação que a cultura africana e afro-brasileira vem sofrendo de forma superfial e levantando o debate.
Só para dar mais entendimento à ideia, é a visão da apropriação cultural por sua definição essencial: “a adoção de alguns elementos específicos de uma cultura por um grupo cultural diferente, que descreve aculturação ou assimilação, mas pode implicar uma visão negativa em relação à aculturação de uma cultura minoritária por uma cultura dominante”.
Um caso específico? Uso de turbante, de tranças, religiões de matriz africana…Uso por modismo, por momento, não por reconhecimento e valorização de suas influências e importâncias culturais.
Semana passada uma menina postou em página de redes sociais que “vai ter branca de turbante sim! E que os negros que reclamam teriam que aceitar!”
Vamos ao debate: valorizar turbantes é bom, mas e a valorizaão e reconhecimento da mulher negra? É, mesmo na questão do turbante tem preconceito, sim! Quando uma mulher negra sai de turbante na rua, é comum receber olhares negatividade, chamada de macumbeira, associada a coisa feias ou exóticas.
Quando a menina branca sai de turbante olhares são são positivos, mulher é estilosa, é antenada na moda, é bonita e vira acessório de moda o que era um símbolo de outra cultura marginalizada.
A preocupação com apropriação cultural não representa campanha ou tentativa de uma proibição do uso de elementos ou adornos. Mas é resaltar que quando uma pessoa negra usa tranças e uma pessoa branca usa também nenhuma delas tem que sofrer preconceito com isso, mas na realidade sabemos que isso não acontece! Ainda vivemos num sistema super-racista.
O que podemos fazer: passar a respeitar a cultura dos outros, e entender qual é nosso lugar de fala.
A cultura negra vive na moda, mas os negros não! Vamos repensar nossas ações! Seja uma cultura afro, indígena, indiana, japonesa… Sim, isso acontece mais do que pensamos em outras culturas, e eles também reivindicam o respeito às culturas deles.
Fica a dica de um vídeo no Youtube que esclarece 7 mitos da apropriação cultural: veja AQUI