Olhe para cima. A novidade em pesquisa, serviços e suporte para cursos da Unimar (Universidade de Marilia) chega literalmente voando. A partir de um projeto de iniciação científica no curso de engenharia a universidade passa a usar um drone em suporte de imagens para serviços de prevenção de dengue, comunicação, acompanhamento de enxurradas, medições topográficas e muito mais.
A proposta surgiu com o tema “Campus Universitário Sem Dengue” por iniciativa de um grupo de estudantes decididos a colaborar no controle da dengue. Como a Universidade é formada por muitos blocos e prédios altos em que é mais difícil a vistoria permanente dos telhados, quatro alunos sugeriram o uso do drone.
A universidade encampou a proposta, comprou um drone equipado com câmera de alta definição que pode filmar, fotografar e transmitir imagens em tempo real para celulares.
“É uma proposta de formação humanista, de formação de um cidadão ético, comprometido com a coletividade. Até no juramento do curso eles vão falar isso: ajudar a tecnologia em prol da qualidade de via”, disse o orientador da pesquisa e coordenador do curso, Odair Laurindo Filho.
A ideia é que o drone identifique áreas com risco para formação de criadouros do mosquito transmissor da dengue para então as equipes de controle entrarem em atividade, com ganho de tempo, segurança e direcionamento do trabalho.
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“O mosquito costuma sobrevoar uma área circular com raio que varia de 50 a cem metros, possibilitando um acompanhamento de possíveis fotos existentes em terrenos próximos à universidade”, diz a apresentação do projeto.
Mas a ideia chamou a atenção de outros cursos e o que era uma pesquisa de engenharia estimula projetos em outras áreas. Já há propostas para usar o drone em um processo de acompanhamento das enxurradas e depósito de lixo e entulho à beira do vale ao lado do campus. Uso em análise de solo, topografia, áreas de matas também já está em análise.
E mesmo a engenharia já desenvolve outras ideias, como adaptar uma garra que permitirá uso do drone para despejar larvicida em eventuais pontos de criadouros no alto dos prédios.
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Rita Akemy Ito, líder bolsista do projeto e os pesquisadores Gabriela de Mello Silva, Mailson Fernandes Kuronuma e Bruna Boas Vieira assinam o projeto de pesquisa. Além do orientador, conta com suporte de um aluno em final de curso, Filipe Ceolin, que conhece sistema de navegação de drones e orienta comando do equipamento.
Maílson Kuronuma disse que seu interesse pelo projeto nasceu dessa integração de tecnologia com soluções para um problema que está no dia-a-dia de todas as pessoas na cidade e, especialmente, no campus.
“É um projeto que surgiu dessa preocupação com a doença, com uso de tecnologia na prevenção e permite um trabalho bastante interessante, une outras atividades da universidade”, lembrou.
Bruna Vieira lembrou o apelo provocado pela epidemia da doença em Marília e em outros municípios e o desenvolvimento de mais doenças ligadas ao mesmo mosquito, o Aedes aegypti.
“Vemos os casos de dengue, surtos e também a evolução da chikungunya e do zika vírus, a possibilidade de que grávidas possam contraria doenças com graves consequências para bebês. Acho que isso justifica bem o projeto”, disse a estudante.
Os dois estão ganhando intimidade com o comando do aparelho e participaram de uma apresentação do drone, que já foi usado para gravar diferentes pontos de imagens aéreas da universidade.