Marília

Decisão nacional do PT ameaça Frente Única de Oposição em Marília

Alonso e Tato (nas pontas) durante encontro para discutir frente única de oposição
Alonso e Tato (nas pontas) durante encontro para discutir frente única de oposição

Uma decisão nacional do PT (Partido dos Trabalhadores) pode prejudicar o projeto da frente única de oposição na disputa das eleições municipais em Marília neste ano. O comando nacional do partido faz encontro hoje em Brasília, vai anunciar que não reconhece o governo de Michel Temer e orientar diretórios do partido a manter distância do PMDB.

A ideia é rejeitar também envolvimento com outras siglas que fizeram oposição ao governo da presidente afastada Dilma Rousseff, como o PSDB.

A Frente de Oposição em Marília, criada para combater a candidatura do prefeito Vinícius Camarinha (PSDB), é articulada pelas principais lideranças dos dois partidos rivais nacionais: os empresários Antonio Ambrosio, o Tato, do PMDB, e Daniel Alonso, do PSDB.

Apesar de participar das articulações o PT já trabalha na cidade com possibilidade de lançar candidatura própria, com nome do professor Alonso Bezerra como candidato. Mas a união com outras siglas não está totalmente descartada.

Alguns políticos do comando petistas, no entanto, admitem que o afastamento de siglas que defenderam o impeachment de Dilma nem sempre será possível.

“Creio que haverá uma fase de transição em que o partido deve ter um eixo prioritário para as alianças, mas deve, no caso a caso, a partir da direção de cada estado, tomar uma decisão para algumas exceções”, disse o governador do Piauí, Wellington Dias, ao chegar para a reunião do diretório nacional.

Oposição

No Congresso, a ordem é que o PT faça oposição dura a qualquer proposta enviada por Temer. Participam da reunião, iniciada às 11h, diversos parlamentares petistas, entre eles, o líder do governo afastado na Câmara, José Guimarães (PT-CE), mas nenhum deles quis conversar com jornalistas.

O ministro afastado da Secretaria de Comunicação da Presidência, Edinho Silva, assegurou que o PT terá papel ativo na discussão de políticas públicas. “Ao longo dos últimos 13 anos, o PT teve a capacidade de mudar a cultura das políticas públicas. Agora, vai atuar defendendo o mandato da presidenta Dilma e debatendo cada proposta enviada [ao Congresso Nacional].”

O presidente do PT, Ruy Falcão, anunciará, após reunião, que o partido não reconhece o governo do presidente interino Michel Temer.

Segundo participantes do encontro que pediram para não ser identificados, o partido não vai sair em defesa de novas eleições gerais, para não desviar o foco da defesa no Senado do mandato de Dilma.