Sobrenome famoso no futebol nacional, quase seis décadas de dedicação ao esporte amador em Marília e muitas histórias para contar. E contou, pelo menos parte delas.
Sidney Pupo Gimenez, mais conhecido como Negadinha, o alfaiate que virou árbitro e dirigente da Liga Municipal de Futebol, gravou depoimento em vídeo para a comissão de Registros Históricos da Câmara de Marília com resumo da trajetória de vida na cidade.
Irmão do preparador físico e técnico Antonio Pupo Gimenez, falecido em abril deste ano, Negadinha apitou jogos no futebol de várzea em Marília até os 55 anos de idade. Tem 77.
Acompanhou a vida da Liga Municipal, participou em diferentes momentos e revelações do esporte. Jogou em diversas divisões juvenis até que em 1959, aos 20 anos, começou a atuar como árbitro na várzea.
Nascido em 8 de agosto de 1939, Negadinha estudou no extinto e tradicional colégio público Tomás Antônio Gonzaga. Ainda na adolescência começou a trabalhar como aprendiz de alfaiate e, enquanto pode, conciliou os estudos e as tarefas na alfaiataria.
“Depois, optaram para que continuasse apenas trabalhando e deixasse de estudar”, relatou. Foram mais de 40 anos de trabalho, sempre sem registro em carteira, o que atrapalhou a aposentadoria.
Em 2004, aos 65 anos, conseguiu o benefício por idade. Dois anos depois ficou viúvo de dona Vitalina Viana Gimenez, com quem teve seis filhos.
“Pedia para os patrões me registrarem, mas eles diziam que não tinham como arcar com o meu salário e o valor do custo do registro”.
Atualmente continua ligado à arbitragem como colaborador em entidade que congrega os árbitros no país, fundada por Márcio Henrique de Góes, árbitro da Confederação Brasileira de Futebol.
O vídeo com registro da conversa completa e as informações prestadas por Negadinha ficam agora no acervo da cidade, que pode ser conferido na Comissão de Registros Históricos, no prédio da Câmara (Rua Bandeirantes). Parte do acervo pode ser acessada pelo site de pesquisas da comissão, AQUI ou na página da comissão no youtube