Elegância é a principal característica do Hall de Entrada da Casa Cor 2016, assinado pelos designers de interiores Roberto Cimino e Nelson Amorim, que criaram uma biblioteca com sensação de aconchego ao visitante, com sala de leitura e office.
A dupla, que conquistou mercado de planejamento e design a partir das atividades de escritório em Marília, buscou na Semana de Arte Moderna de 1922 a inspiração para o ambiente.
O “Hall Biblioteca” reúne o melhor da literatura brasileira da época, em livros antigos dispostos em duas elegantes estantes ebanizadas, projetadas por eles e desenvolvidas pela Marcenaria Bregannó, que emolduram os pilares seculares pré-existentes da construção original do Jóquei Clube de São Paulo.
Conhecida por imprimir pesquisas culturais e artísticas em seu trabalho, a dupla traz para o Hall Biblioteca uma coleção de obras dos artistas plásticos brasileiros modernistas e concretos, em contraponto com a arte tribal em fibra do Alto Xingu, estabelecendo um diálogo com a geometria e purismo da arte concreta brasileira.
Destacam-se obras de Tomie Ohtake dos anos 60, Mauricio Nogueira Lima (1962), Ismael Nery, Leon Ferrari, Hércules Barsotti, Alfredo Volpi e até uma escultura de Victor Brecheret, entre outros.
A distribuição das peças, a exposição dos quadros de tamanhos diversos, em alturas minunciosamente pensadas, mas ao mesmo tempo despretensiosas, mostram a preocupação de Roberto Cimino e Nelson Amorim com a distribuição da arte dentro do espaço.
O totem do hall central tem função arquitetônica. Com base de madeira e vidro até o teto, foi criado para conferir sensação de unidade e é o ponto de união dos espaços laterais, como se formasse uma só parede.
De volta à preocupação com a arte e sua exposição, permite ao público contato visual próximo a um desenho de formas orgânicas, assinado por Tarsila do Amaral.
Como não poderia deixar de ser, o mobiliário Artefacto tem o apelo das curvas do design dos anos 50 e 60 e convida ao desfrute de momentos de reflexão, leitura e contemplação dos anos da significativa transformação nas artes do Brasil. Destaque para o sofá curvo e a predominância de cores suaves, como o rosa quartzo.
A brasilidade que envolve o tema aparece também no tapete de fibra com arte tribal do Amazonas, que foi sobreposto a outro grafite – ambos da By Kamy -, e extrapola exuberante no papel de parede da Wallcovering, com estampas de verdes de folhas de cica, que remetem à vegetação de nosso país.
As folhas de costelas de adão estão presentes no lustre, da marca Scatto, criado pelos designers exclusivamente para a mostra. Em metal, não perde a leveza, rebatendo a iluminação para cima.
Com todas essas características, o Hall de Entrada transforma-se em parada obrigatória para os visitantes que chegam à mostra.