Marília

Operação da PF indicia Trabuco, o mais famoso executivo mariliense

Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco – Divulgação
Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco – Divulgação

O executivo Luiz Carlos Trabuco, atual presidente do Bradesco, foi indiciado por tráfico de influência, corrupção ativa, corrupção passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro na Operação Zelotes.

Ele está indiciado em inquérito foi concluído na última semana e enviado para o Ministério Público Federal no Distrito Federal.

O inquérito que apurou a participação de executivos do banco em fraudes nas decisões do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), da Receita Federal, foi concluído na última semana.

Segundo a PF, o Bradesco – investigado na Zelotes desde o ano passado – contratou o grupo acusado de pagar propina em troca de decisões favoráveis no Carf – conselho de análise de recursos fiscais – onde são julgadas as multas da Receita a empresas e contribuintes.

O Carf é uma espécie de tribunal administrativo responsável por julgar os recursos contra essas multas.

O indiciamento ainda precisa ser transformado em denúncia que seja aceita pela Justiça para que Trabuco efetivamente vire réu em processo do caso.

Mariliense, Trabuco fez carreira no banco e sua ascensão em um dos maiores conglomerados financeiros do país sempre rendeu homenagens e reconhecimento na cidade e em todo o Brasil.

Ele esteve cotado para ser ministro da Fazenda no início do segundo governo da presidente afastada Dilma Rousseff, mas recusou o convite.

Nascido em 1951 na cidade, Trabuco é formado pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de São Paulo, com Pós-Graduação em Sócio-Psicologia na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo.

Iniciou a carreira no Bradesco em abril de 1969, passando por todos os escalões da carreira bancária, sendo eleito Diretor em 1984. Em 10 de março de 2009 assumiu a Presidência da Diretoria Executiva.

Em relatório de janeiro de 2015, a Polícia Federal já havia apontado que ex-conselheiros do Carf e pessoas ligadas a empresas de advocacia tentaram manipular decisões para favorecer o Bradesco.

O Bradesco chegou a perder um julgamento no Carf, sendo punido a pagar R$ 3 bilhões em um processo. Depois desse revés, “o que se observou foi que a presidência do banco Bradesco parece se render às tentativas de cooptação da organização criminosa atuante no Carf”, disse a PF em janeiro de 2015 nesse primeiro relatório sobre o caso