Em uma rede social, assim que a chapa esquentou para a presidente Dilma e o impeachment na Câmara era iminente, cheguei a escrever que como historiador, sei como foi duro o “Golpe dentro do Golpe” que por meio do AI-5 em 1968, o então presidente Costa e Silva, fechou o Congresso e o resto entrou para história. Porém, o circo no Congresso era certo e a Dilma tinha que ter feito a mesma coisa só que com uma grande diferença. Ela fecharia o Congresso, mas marcaria novas eleições para outubro próximo.
Alguns puderam até pensar que eu estava louco por propor o fechamento do Congresso, mais a tônica não é esta e sim as novas eleições. Alguns Senadores liderados pelo Cristovam Buarque se isso realmente acontecesse, mudariam de lado e não votariam pelo impeachment. Vale lembrar, que para o afastamento definitivo dela, são necessários 54 votos a favor.
O placar está em 37 a favor e 18 contra e pelas contas da Dilma e seus aliados, faltam apenas 6 votos para que ela permaneça. (Fontes Estadão 08/06/16). Após as novas delações o Senador Buarque intensificou suas conversas com outros Senadores para que estes mudem seu voto.
A presidente afastada não perderia muito e a esquerda ganharia tudo, já que com novas eleições, segundo pesquisas recentes, Lula ainda seria bem votado e lidera um provável 1º turno se realmente elas ocorressem. Em 1984, a Emenda Dante de Oliveira (Diretas Já) foi derrotada do Congresso. Hoje, 32 anos depois, estamos tendo a chance de uma nova Diretas Já e com vitória, bastaria apenas a Dilma declarar que se for absolvida no processo de impeachment, marcaria novas eleições para dali três meses após o fim do seu julgamento e seu retorno ao cargo de Presidente.