Um encontro de médicos, estudantes, profissionais da área e comunidade vai discutir nesta quinta-feira em Marília a Crise do SUS e seus Desafios atuais. O evento é promovido pelo núcleo regional da APSP (Associação Paulista de Saúde Pública), entidade criada há 40 anos para defender modelo de saúde pública universal e acessível.
Participam do debate a professora doutora Marília Louvison, presidente da associação e docente na Faculdade de Saúde Pública da USP, em São Paulo, e o diretor do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde, Fernando Monti, professor na Federal de São Carlos e secretário da Saúde em Bauru.
Segundo o coordenador regional da APSP e ex-secretário municipal de saúde em Marília, Márcio Travaglini, os dois palestrantes vão apresentar uma visão critica sobre a situação da política de saúde, especialmente riscos para o setor em virtude do momento que o pais vive.
Travaglini diz que o modelo de saúde pública do país é exemplar sob ponto de vista de criação e legislação mas desde implantação sofre com dificuldades de financiamento e recebe valores bem inferiores a modelos da América Latina, América do Norte e Europa.
“A saúde de fato precisa aperfeiçoar seu processo de gestão, mas isso não apaga a importância da necessidade do financiamento que é a parte mais grave deste processo”, explica.
Ele destaca que o país passa por uma crise política e do sistema político e uma crise com grande fragilidade da economia que obrigado o país a fazer escolhas e ajustes, um momento para defender os recursos da saúde.
“Faz parte da discussão definir como o SUS deverá ser conduzido pelo presidente interino e pelos próximos, uma vez que tramitam entre outras questões projetos de lei restringindo gastos, sendo que a saúde é um setor que necessita de reequilíbrio financeiro, vive uma matemática inflacionaria é mais alta. É difícil com os mesmos valores ou apenas corrigindo a inflação manter fornecimento de insumos e pagamento de recursos humanos.”
O debate acontece a partir de 20h no auditório da Famema, na rua Monte Carmelo, 800, a participação é gratuita e aberta à comunidade.