Marília

Encontro para discutir crise na Famema termina sem novos repasses

“Abraço ao HC” no ano passado – anos sem reajuste de salários e crise – Arquivo/Giro
“Abraço ao HC” no ano passado – anos sem reajuste de salários e crise – Arquivo/Giro

Um encontro realizado em São Paulo apresentou mais uma vez à Secretaria Estadual da Saúde o quadro de crise do Complexo Famema com pedido de repasses ou mudanças na transferência de recursos para a prefeitura. Mas acabou sem solução, outra vez.

Depois de duas auditorias que investigaram toda a gestão do complexo em 2015, muitas reuniões para pedido de verbas no ano passado, a resposta da secretaria é  enviar um assessor para “acompanhar de perto a realidade do atendimento”. Nada de verba nova ainda.

Com três hospitais, corredores superlotados e trabalhadores em estado de greve após dois anos sem reajuste, a Famema já reduziu em quase 50% o volume de atendimento prestado nos últimos 12 meses e ainda assim enfrenta situação grave de financiamento dos serviços.

O encontro para apresentar o quadro de crise reuniu dirigentes do complexo, representantes da prefeitura, o secretário estadual da saúde, David Uip e o secretário-adjunto, Wilson Modesto Polara, que deve ser o enviado para “conhecer o atendimento”.

Os cerca de 2.500 funcionários do complexo reivindicam 20% de reajuste salarial para cobrir perdas com a inflação desde 2014. O complexo nega reajuste sob argumento de que depende totalmente de recursos do Estado.

O complexo é formado pelos hospitais de Clínicas, Materno Infantil, São Francisco, Hemocentro, Centro de Reabilitação Lucy Montoro, Ambulatório de Especialidades “Mário Covas” e Faculdade de Medicina e Enfermagem de Marília.  Promove cerca de 160 mil procedimentos por mês. Atua com 105% de sua capacidade de internação.

Em nota, o secretário municipal da Saúde, Hélio Benetti, disse que além da questão salarial há vários problemas técnicos como equipamento de ressonância magnética quebrado desde o início de março, redução de cirurgias eletivas, apenas cinco médicos anestesistas para uma demanda de 17 centros de cirúrgicos.

Segundo a secretaria, pacientes acabam atendidos em outras unidades hospitalares com custos para o município. “Isso está sobrecarregando os cofres públicos. Estamos então reivindicando que o orçamento da demanda pactuada, mas sem execução do serviço pelo Estado, seja repassado à Prefeitura para que possa contratar o atendimento de outros prestadores de serviços”, disse Benetti.