Ser mulher negra no Brasil é enfrentar um leão por dia e o percurso da mulher negra na História também não foi fácil. Apesar de todas as conquistas já adquiridas, hoje ainda temos que batalhar por direitos e respeito.
Além da escravidão e todas as suas crueldades, as mulheres ainda eram vitimas de estupros vindos de seus senhores e capitães do mato. Depois com abolição em 1888, os negros não tiveram nenhuma assistência do governo, e mais uma vez padeceram diante as dificuldades. E as mulheres negras buscavam formas de sobrevivência com os agravantes de serem mulheres, pobres, negras em uma sociedade machista, discrminatória e elitista. Muitas entraram para o trabalho como empregadas domésticas em regimes e condições muito próximos do que viviam como escravas, ou seja, sem respeito e sem direitos que ainda levariam cem anos para serem reconhecidos.
E atualmente são os estereótipos que perseguem a vida das mulheres negras, esses que estão (e foram postos) no imaginário da população que faz com que a mulher negra seja invisibilizada ou super sexualizada. Embora, hoje seja uma batalha para vencermos, em julho de 1992, mulheres negras se reuniram na República Dominicana para debater esses assuntos, e eis que ocorreu o Primeiro Encontro de Mulheres Afro-latinas e Afro-caribenhas, que internalizou esses debates e aproximou uma gama de mulheres que tinham os mesmos propósitos: não se sucumbir ao descaso do governo e resistir e lutar contra essa realidade de inferioridade que lhe foi imposta. E
E no último dia desse encontro foi decidido que todo ano o dia 25 de Julho seria lembrado como símbolo da luta da mulher negra na sociedade contra o racismo, machismo e sexismo.
Essa luta persiste ate hoje, e com inspiração na garra dessas mulheres com ideais tão dignos que dia 25 de julho de 2016 o coletivo Negras Ginga junto à Secretaria da Cultura realizara o primeiro Encontro de mulheres negras latino-americana e caribenha no Auditório Octavio Lignelli (em cima do museu de paleontologia) às 19:30 e entrada de 1 kg de alimento não perecível que será revertido ao Hospital Espirita de Marilia. E uma programação bem diversificada para dialogar com todas as gerações de mulheres negras: da infância à maturidade.
Programação:
* Abertura
* Ballet infantil Small Black Dancers
* Cantoras Negras (Alice Lourenco, Lilian Cunha e Ouro D’Mina)
* Projeto Raízes
* Palestras com mulheres negras (Luciana Santos, Sandra Mara e Vanessa Lima)
* Encerramento com o grupo TMJ-TamoJunto