Marília

Sem verbas, solução para HC é reduzir atendimento, diz secretário

Sem verbas, solução para HC é reduzir atendimento, diz secretário

Não há verba nova no momento. Não há como ampliar vagas no Hospital das Clínicas no momento. A solução é mudar atendimento e o modelo dos serviços de saúde nas cidade para reduzir volume de pacientes no hospital, que deve concentrar casos de maior complexidade.

Foi este o recado do secretário Adjunto da Saúde no Estado,  Wilson Modesto Pollara, que visitou o Complexo Famema nesta quinta-feira. Há visita havia sido anunciada há alguns dias quando a Famema apresentou à secretaria, em São Paulo, o quadro de crise.

O Complexo da Famema tem servidores sem reajuste, hospital superlotado com 105% da capacidade em uso (incluindo pacientes no corredor) e falta de estrutura para atender toda esta demanda.

Segundo o secretário, a solução para o HC de Marília é a mesma para toda a rede: uma reestruturação do modelo de serviços que muda  modelo de atendimento e reduz a demanda nos hospitais. Ele defendeu medidas como organização de pequenas cidades em consórcios para ampliação da estrutura de saúde que permita deixar pacientes nas cidades e unidades municipais, sem sobrecarregar o hospital.

Além de prejudicar o atendimento, a sobrecarga na Famema facilita a vida de prefeitos, que ficam livres de investir em estruturas e serviços de saúde. Entre os 62 municípios atendidos pelo Departamento Regional de Saúde (DRS IX), metade tem menos de 20 mil habitantes e usa boa parte dos serviços em Marília, com redes municipais frágeis e desestruturadas.

“Os pequenos municípios devem se reunir em consórcios para que possam ter mais estrutura no atendimento e evitar mandar os pacientes com sintomas simples para os hospitais de alta complexidade comprometendo o atendimento especializado. Será preciso utilizar a CIR para identificar pacientes que realmente precisem vir para o HC”, complementou o secretário adjunto.

O secretário participou de encontro no auditório com presença de dirigentes de hospitais, secretários da saúde, prefeitos e funcionários do complexo que reivindicam reajuste.

“É fundamental a revisão dos fluxos de pacientes de acordo com a competência de cada equipamento de saúde, para que possam otimizar os recursos financeiros”, disse o presidente do Complexo, o médico Paulo Roberto Michelone.

O modelo de solução segue a linha já adotada que reduziu quase pela metade o volume de procedimentos na Famema. O hospital deixou de receber casos diretos – em que a população simplesmente vai ao hospital – e adotou sistema de atendimento referenciado. Ou seja, para passar pela Famema o paciente deve passar antes por outro serviço do SUS e ser encaminhado.

Embora seja solução administrativa, é transtorno para os pacientes, já que na maioria das vezes faltam opções de atendimento. Os doentes precisam passar por postos de saúde, também todos com agenda cheia e filas para exames, antes de ocnseguir atendimento no hospital. Nos casos de urgência precisam ser atendidos por ambulâncias do Samu ou Resgate. Ou seja, se um parente passar mal em casa, não adianta colocar no carro e levar para o HC.

O problema nestes casos é a reestruturação das prefeituras, que precisam dar contas de casos mais simples e na maioria dos casos não têm estrutura para atendimento ou também tem poucas unidades que ficam sobrecarregadas. A solução não tem prazo. Falta explicar isso para as doenças e situações de mal estar que afligem tanta gente.