A Polícia Federal encerrou o primeiro inquérito sobre compra de um triplex no Guarujá e indiciou sete investigados na Operação Triplo X, um dos desdobramentos da Lava Jato. O inquérito não inclui acusação ou qualquer incriminação contra o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva.
Entre os acusados estão funcionários da Mossack Fonseca, empresa panamenha especialista na gestão de offshores, e a publicitária Nelci Warken, dona de um triplex no Edifício Solaris, em Guarujá (SP). Ela vai responder pelos crimes de lavagem de dinheiro, fraude e falsidade ideológica.
Na operação, o Ministério Público Federal (MPF) investigou se proprietários dos apartamentos usaram nome de terceiros para ocultar patrimônio. O apartamento de Nelci foi registrado pela empresa offshore Murray Holdings, sediada em Las Vegas, nos Estados Unidos.
Segundo a Agência Brasil, o inqu´perito não cita Lula e trata de um imóvel vizinho ao apartamento que seria destinado ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O caso surgiu porque Lula chegou a comprar uma cota do apartamento, vendido em sistema de cooperativa, mas desistiu do negócio, segundo sua defesa. De acordo com a Agência Brasil, mantida pelo governo federal, os fatos são investigados em outro inquérito.
O condomínio Solaris começou a ser construído pela Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop), presidida entre 2005 e 2010 pelo ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, preso em abril do ano passado. O empreendimento foi repassado para a empreiteira OAS em 2009, em função de uma crise financeira da cooperativa. Para os investigadores, há indícios de que as aquisições dos imóveis ocorreram por meio de repasse de propina entre os envolvidos nos desvios de recursos da Petrobras, entre eles a OAS.