A capa da revista Veja que vai chegar às bancas no final de semana coloca Marília na Operação Lava Jato mis uma vez. E desta vez com acusações contra um dos mais renomados marilienses: o advogado José Antonio Dias Toffoli, ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), a mais alta corte do país.
Segundo a revista, Dias Toffoli foi citado nas delações feitas pelo empreiteiro José Aldemário Pinheiro Filho, conhecido como Léo Pinheiro, ex- presidente da construtora OAS, uma das empresas mais enterradas nos escândalos da Lava Jato.
A delação de Leo Pinheiro ainda não foi homologada, ou seja, não produz efeitos de redução de pena, e por isso pode estar também superficial e incompleta. Segundo a Veja, as informações são de favores para reforma na casa do ministro Toffoli.
Uma equipe de engenheiros da OAS teria feito uma vistoria e acompanhado um “serviço complicado e, em geral, de custo salgado” na casa do ministro, segundo a Veja.
A própria Veja diz, em texto promocional da revista, que as informações contra Toffoli incluídas na delação ainda são superficiais e não configuram crime.
Mas para a Veja, a citação do nome do ministro é “um sinal de que algo subterrâneo está para vir à luz no momento em que a delação for homologada e os detalhes começarem a aparecer”.
A empreiteira, que foi responsável pelas obras de tratamento de esgoto na cidade, hoje paralisadas, já figura entre as condenações da operação.
Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS condenado na Lava Jato propõe delação e cita ministro mariliense – Reprodução
“Condenado a dezesseis anos e quatro meses de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa no escândalo do petrolão, Léo Pinheiro decidiu confessar seus crimes para não passar o resto dos seus dias na cadeia. Para ganhar uma redução de pena, o executivo está disposto a sacrificar a fidelidade de longa data a alguns figurões da República com os quais conviveu de perto na última década”, diz a revista.
Ainda segundo a Veja, as histórias que se dispõe a contar, segundo os investigadores, só são comparáveis às do empreiteiro Marcelo Odebrecht em poder destrutivo.
“No documento, VEJA constatou que Léo Pinheiro, como é próprio nas propostas de delação, não fornece detalhes sobre o encontro entre ele e Dias Toffoli. Onde? Quando? Como? Por quê? Essas são perguntas a que o candidato a delator responde apenas numa segunda etapa, caso a colaboração seja aceita. Nessa primeira fase, ele apresenta apenas um cardápio de eventos que podem ajudar os investigadores a solucionar crimes, rastrear dinheiro, localizar contas secretas ou identificar personagens novos. É nesse contexto que se insere o capítulo que trata da obra na casa do ministro do STF.”
A citação do ilustre mariliense provoca o segundo caso em que a Operação Lava Jato resvala em Marilia. Há dez dias, a Operação Miragem, da Polícia Federal, fez buscas e prisos na cidade e outros municípios para investigar, entre outras suspeitas, envolvimento de uma empresa entrrada n Lava Jato com remessa ilgal de recursos de marilienses para o exterior.
O caso é também o terceiro escândalo nacional envolvendo a cidade no mês. Uma denúncia de direcionamento e fraude nas licitações do transporte público colocaram a cidade no Bom Dia Brasil, uma das edições nacionais de jornalismo da Rede Globo.