Marília

Acrônimo - Empresa investigada pela PF financiou campanha em Marília

Acrônimo - Empresa investigada pela PF financiou campanha em Marília

A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira mais uma fase da Operação Acrônimo, que investiga esquema de lavagem de dinheiro em campanhas eleitorais envolvendo gráficas e agências de comunicação e envolve uma empresa que aparece como doadora de recursos para campanha eleitoral de Marília em 2012.

A Gráfica Brasil, administrada pela família do empresário Benedito Oliveira Neto, o Benê, foi doadora em diferentes repassas. Benbê é apontado como centro da atuação do grupo em uma apuração que começou em 2014 com a apreensão de R$ 113 mil em um avião que chegava ao aeroporto Juscelino Kubitschek, em Brasília.

Em 2012, a Editora Gráfica Brasil Ltda repassou ao comitê central da campanha de Ticiano Tóffoli (PT) R$ 164.889 em valores estimados, ou seja, provavelmente registrados como serviços gráficos doados.

A gráfica tem sede em Brasília. Aparece no registro de contas do comitê do partido em Marília com sete doações, a maior com R$ 41,876l e a menor com R$ 1.132.

Há pouco mais de 30 dias a empresa promoveu mudança de registros e alterou seu nome. A Gráfica Brasil passou a ser oficialmente a Logpress Soluções Gráficas Ltda, com os mesmos sócios, todos familiares de Benê.

Na época em que fez as doações à cmapanha em Marília a gráfica ainda não era investigada e nem envolvida em qualquer acusação. A Operação Acrônimo foi deflagrada oficialmente em 2015 para apurar irregularidades no financiamento da campanha de Fernando Pimentel ao governo de Minas Gerais.  A operação levou a outras suspeitas, como favorecimento a empresas com empréstimos do BNDES.

Bené foi detido em 2014, liberado e teve sua prisão preventiva decretada em abril, quando fechou acordo de delação premiada. A Gráfica Brasil foi acusada de conceder notas frias e receber recursos para a campanha de Pimentel.

O presidente do diretório municipal do PT em Marília, Carlos Rodrigues disse ao Giro por telefone que apesar de a doação aparecer como receita do comitê central, todo o gerenciamento de campanha e contatos foram feitos pelo então candidato Ticiano Tóffoli e sua equipe. O Giro tentou contatos com Ticiano inclusive através de advogados mas não teve retorno.

A nova fase da Operação Acrônimo cumpridos 20 mandados judiciais determinados pela 10ª Vara Federal do Distrito Federal, sendo 11 conduções coercitivas e nove mandados de busca e apreensão nos estados de São Paulo, do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, além do Distrito Federal.

Ainda segundo a PF, a operação está focada em dois inquéritos policiais que apuram eventos distintos da investigação. Um deles refere-se à cooptação e pagamento de vantagens indevidas para fraudar licitações no Ministério da Saúde, beneficiando gráfica de propriedade de um dos investigados.

O outro evento apurado é a interposição de empresa na negociação e no pagamento de vantagens indevidas a agente público, para obtenção de financiamentos de projetos no exterior (República Dominicana, Angola, Cuba, Panamá, Gana e México) pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, “no interesse de uma grande empreiteira do Brasil”.