Educação

Software auxilia aproveitamento de água da chuva

Software auxilia aproveitamento de água da chuva

Foi-se o tempo em que as pessoas pensavam somente em si e não em sociedade. Ou pelo menos esse tempo já deveria ter acabado.

Um dos piores vícios que as pessoas possuem é não pensar em comunidade. É ignorarem que suas atitudes não afetam somente a si, mas trazem consequências a centenas e, às vezes, milhares de pessoas. Um grande exemplo disso é o desdém com que tratamos um dos maiores bens que possuímos: a água.

A água é fundamental para a vida, e como existe em abundância no planeta, pensa-se que é infinita, pelo simples fato de termos “água à vontade” nas torneiras, e por isso não se cria o hábito de economizá-la, afinal, já que existe 4,05 milhões de litros de água potável disponível, por que economizar?

Este tipo de pensamento deve ser banido; afinal, do total de água do nosso planeta, 97,6% estão nos oceanos, mares e lagos de água salgada. Dos 2,4% restantes, 1,9% estão nas calotas polares e geleiras. A parcela de 0,5% é o que sobra para rios, lagos e fontes subterrâneas. Essas fontes são responsáveis pela maior parte da água que consumimos. Há muita água no planeta, mas a quantidade de água potável é a grande questão. É por isso que poupar água é extremamente necessário.

É imprescindível cuidar deste recurso tão precioso e finito, que é a água, e não se pode ser negligente quanto a isso. Além de fazer um grande bem ao meio ambiente, nos traz benefícios econômicos também.

Pensando na necessidade de economizar esse recurso tão precioso, surge o PIC – Programa de Iniciação Científica desenvolvido pelos alunos Pedro Voltera e  Taline Chuman, estudantes do curso de Engenharia Civil, da Unimar, tendo como orientador os professores Márcio Lunardelli e o co-autor Márcio Tenreiro, que realizaram estudos bibliográficos dos diversos sistemas de captação e armazenamento da água da chuva e aplicarão essas técnicas em um dos blocos da universidade, desenvolvendo uma versão beta de um software que dimensiona, através das equações de chuva das cidades do estado de São Paulo, o reservatório necessário para o armazenamento da água captada.

“A ideia surgiu pela preocupação em relação à sustentabilidade de nosso planeta”, afirma Pedro. “A crise hídrica em São Paulo, capital, em 2015, nos faz pensar se estamos fazendo algo para contribuir com isso. Se faltou água em São Paulo, por diversos motivos, pode faltar água em outros lugares também em um futuro não tão distante”, conclui.

“O projeto não só entra nessa questão da sustentabilidade, mas também é um corte de gastos para a Unimar”, conta Taline. “Já que a água captada pela chuva seria utilizada para fins não potáveis, no caso a rega de jardim. A Unimar tem muitos jardins”.

“O sistema seria composto pela captação da água de chuva pela própria cobertura do(s) bloco(s)”, comenta Lunardelli. “A água captada passa por um pré-filtro e depois em outro meio filtrantre, dependendo do caso, vai para a cisterna e lá fica armazenada antes de ir para a rega dos jardins”, termina.

O projeto se encontra em andamento, com o software para dimensionamento em progresso, por meio de um grande trabalho do programador co-autor Márcio Tenreiro. A próxima meta é conseguir parceria com empresas para adquirir o reservatório para implantá-lo na Unimar.

Com este projeto, os estudantes esperam que a técnica de aproveitamento da água pluvial e outras técnicas que visam a proteção ambiental sejam cada vez mais conhecidas e utilizadas pela população. Assim, futuras gerações não herdarão um planeta depredado pelo homem que se diz moderno, mas não age como tal.

Pedro Henrique Voltera  e Taline Chuman Ferreira – Discentes do curso de graduação em Engenharia Civil /UNIMAR.

Prof. Márcio Fernando Lunardelli Coiado  e Prof. Márcio Cristiano Tenreiro – Docentes do curso de graduação em Engenharia Civil /UNIMAR.