A Holding Aegea, uma das empresas interessadas na terceirização dos serviços de água e esgoto de Marília, está no centro de um escândalo de investigação de propinas do Ministério Público e Polícia Federal no Estado.
O interesse da empresa em Marília é inclusive citado em um relatório da PF, segundo revelação do portal G1, da rede Globo de comunicação, nesta terça-feira.
A Aegea é apontada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público como responsável por um esquema de pagamento de propina após contrato com o Daerp (Departamento de Água e Esgoto de Ribeirão Preto).
Segundo o portal, ao menos R$ 1,5 milhão teria sido pago como propina a partir de um contrato de R$ 68,4 milhões envolvendo a empresa.
Segundo o MP, há indícios de que o mesmo esquema tenha sido reproduzido pela Aegea nos nove estados onde ela atua.
“Ademais, é repercutido que a Aegea/Engepav é investigada por fraudes em licitações, estas com o intuito de privatizar diversas empresas municipais de saneamento básico, como na região de Andradina/SP, no Estado de Rondônia e, mais recentemente, em Marília/SP, como se pode verificar em reportagens na internet (…)”, diz trecho do inquérito da PF.
Documentos da Aegea na disputa pelo Daem em conjuto com a Replan, de Marília, apresentados em sessão de concorrência
A empresa disputa a concessão do Daem em um consórcio com uma empresa de Marília, a Replan, que já é dona dos contratos de manutenção e diversas atividades terceirizadas pelo departamento.
O esquema teria sido descoberto durante a investigação da Operação Sevandija , que apura fraude em licitações de R$ 203 milhões na Prefeitura de Ribeirão Preto (SP).
A suspeita do Gaeco é que o mesmo esquema tenha sido reproduzido pela Aegea e as concessionárias do grupo em São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Rondônia, Maranhão, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina.
O Giro Marília encaminhou pedido de informações à empresa pelo sistema de atendimento à imprensa e aguarda respostas.
Em nota encaminhada ao G1, a Aegea informou que acompanha a investigação da Operação Sevandija, mas desconhece o teor das alegações, “pois não teve acesso aos documentos das apurações em curso, por não ser parte do processo, o qual corre na esfera criminal”.
“A empresa reitera que se mantém à disposição das autoridades para os esclarecimentos que se fizerem necessários, tanto em Ribeirão Preto como em todas as outras cidades em que está presente”, diz a nota.