Marília

Sofrimento não! Duplicação Já!

Sofrimento não! Duplicação Já!

A rodovia Transbrasiliana corta o país de norte a sul. Para quem vem no sentido Ourinhos-Marília, a rodovia Transbrasiliana segue até aquela rotatória do quartel, bem em frente a sede da Polícia Rodiviária Federal e ali é interrompida. Explico.

Passando por baixo do viaduto, sentido Marilan, entramos na rodovia SP 294, também batizada de “Rodovia do Contorno” e seguimos, passando depois pela sede da Polícia Rodoviária Estadual, Coopemar, passamos ao lado do Shopping Marília, Sasazaki, Fundição Paraná, Posto Gigantão, o trevo para Rosália…até o trevo para Júlio Mesquita ou Lins.

Pronto. Neste local ela volta a ser denominada Rodovia Transbrasiliana e segue sentido ao norte do país, sendo este um dos principais corredores de escoamento e transporte da produção nacional industrial e agrícola.

Situados geograficamente eu entro agora na razão de ser desta publicação – o descaso com trecho que estava sendo duplicado e que foi literalmente abandonado. Mais precisamente o trecho que vai do Country Clube até o trevo Mesquita/Lins.

Em linhas gerais eu sou da opinião que passou da hora de tomarmos uma ATITUDE. Conto uma história que alguns conhecem.

Na década de 90 vivemos situação parecida com a rodovia Marília – Bauru. Era um desastre atrás do outro, muitas vidas perdidas na curva da manteiga e na curva do S, entre Garça e Gália, local que ceifou vidas preciosas desnecessariamente.

Foi neste período que surgiu o GEADE – Grupo Empresarial de Apoio ao Desenvolvimento, grupo este que reunia empresários expoentes da nossa comunidade, autoridades e representantes diversos da comunidade. Grupo apolítico partidário.

A expressão “empresários expoentes”, neste caso, está se referindo aos diretores de grandes empresas de Marília (Sasazaki, Marilan, Cooperativa de Cafeicultores, criadores de gados, Dori, Bel, diretores da ACIM, diretores do CIESP,entre outros) que contavam com frota de veículos própria ou utilizavam transporte terceirizado e sofriam com as condições da estrada e com as despesas na manutenção dos veículos.  

Foi deste grupo que nasceu o movimento: MARÍLIA BAURU – DUPLICAÇÃO JÁ!

Em linhas rápidas os passos que seguimos foram decisivos para a conquista do objetivo:

a) decisão de criar o movimento com vistas a conseguir a atenção do governo estadual;

b) engajamento das forças produtivas e políticas da cidade com vistas a criar a necessária sinergia;

c) coleta e divulgação de dados que impactam no processo decisório (número de veículos (passeio e transporte) que utilizam a rodovia diariamente, soma de despesas com manutenção por quebra provocada por buracos e falta de manutenção, número de acidentes e vítimas fatais ou lesionadas pelo resto da vida, números,e mais números;

d) produção de relatório com estas informações, encaminhamos ao governo estadual e trabalhamos o assunto de forma sistemática na imprensa local, regional e estadual, sempre com vistas a chamar a atenção para o problema e pedindo solução a quem de direito;

e) confecção de milhares de adesivos com a campanha : MARÍLIA – BAURU, DUPLICAÇÃO JÁ!

f) distribuição dos adesivos em cruzamentos estratégicos da cidade e  colagem nos pára-choques ou vidros traseiros e adesivos em tamanho maior (50 x 60cm) colados nas frotas dos caminhões que atendem nossa indústria;

g) decisão pela interrupção temporária da rodovia no trecho entre Garça e Gália, por uma hora, chamando a atenção da imprensa nacional, inclusive das redes de televisão.

Não houve queima de pneus ou apelos desrespeitosos. Os caminhões portavam faixas das campanhas, cuidamos para que a interrupção não viesse a provocar acidentes, sinalizamos com a devida antecedência. Apenas levamos as frotas para a estrada e quando chegamos ao ponto escolhido o “trânsito parou”, como acontece nos grandes congestionamentos.

h) ao longo da fila (que foi de quilômetros) distribuímos panfletos explicando que o movimento era para conquistar MAIS SEGURANÇA para todos e assim a adesão foi quase que total.

Imagina o barulho que isso tudo provocou. Imagina uma frota de caminhões que transportam produtos saídos de Marília e da região em torno, com os adesivos colados e rodando por todo este Brasil imenso pedindo a duplicação? Foi assim que chamamos a atenção e o respeito do governo , e foi assim que o governo nos chamou. Disse que faria a duplicação, com a condição de que retirássemos a campanha das estradas.

Ficou claro que o “prejuízo político” estava saindo mais caro que a decisão de duplicar a rodovia.  Ficou claro que a união de forças da cidade, de cidadãos, políticos e da massa produtiva do PIB é mais forte e consegue resultados com ação sinérgica. Detalhe importante é que Marília – Bauru são quase 100 Km, enquanto que o trecho em questão é algo em torno de 20 Km.

Está na hora de unirmos esforços e iniciar a campanha de conclusão das obras deste pequeno trecho que está pondo em risco as vidas dos usuários, é também risco para a vida dos motoristas que ficam expostos a situações de assaltos devido a baixa velocidade ou quebra do veículo, que está dificultando a vida do produtor rural e dos cidadãos de bem.

DUPLICAÇÃO JÁ! Vamos nos movimentar, vamos somar, vamos tomar uma ATITUDE DO TAMANHO QUE A NOSSA CIDADE MERECE.

Ivan Evangelista Jr, foi membro do Grupo GEADE, é cidadão e motorista, pai de família e preocupado com a questão de segurança dos usuários e contribuintes que utilizam a referida via.