O governo federal vai cancelar ou bloquear pelo menos 80 mil pagamentos de Bolsas Família a beneficiários no Estado de São Paulo. O número integra um pacote de cortes que deve chegar a 1,1 milhão de pagamentos suspensos em todo o país, quase 10% dos 13,9 milhões de benefícios pagos.
Além de ficar sem o pagamento, usuários ainda vão levar um susto. Os atingidos pela medida só devem descobrir o corte quando foram fazer o saque do dinheiro no banco. Não está prevista nenhuma grande campanha de divulgação dos cortados.
As famílias deverão procurar os gestores municipais do Bolsa Família para regularizar sua situação. Em Marília o trabalho é da Secretaria de Assistência Social. Caso resolvido o problema, a família terá à disposição retroativamente os benefícios dos meses em que durou o bloqueio.
Segundo o jornal O Globo, 469 mil benefícios (3,3% do total) foram cancelados. Outros 654 mil (4,7%) foram bloqueados. O Bolsa Família é voltado para famílias extremamente pobres, ou seja, com renda per capita mensal de até R$ 85, e pobres, com renda entre R$ 85,01 e R$ 170.
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Em janeiro de 2017, serão convocadas 1,4 milhão de famílias para atualizar o cadastro. Nesses casos, há inconsistências quanto à renda informada, mas não o suficiente para justificar o bloqueio ou cancelamento do benefício.
Segundo o ministério, foram cancelados benefícios em famílias com renda per capita acima de R$ 440. Os beneficiários terão a chance de provar que sua renda não ultrapassa o teto de R$ 170 por pessoa para poder desbloquear o pagamento do programa.
Quem teve o benefício cancelado também terá três meses para demonstrar que houve erro do Ministério do Desenvolvimento Social. Mas a pasta diz que, nesses casos, será mais difícil convencer os gestores do Bolsa Família da falha, uma vez que foi identificado que os beneficiários têm uma renda bem maior do que a exigida para participar do programa.
