Marília

Marília tem 499 suspeitas de fraude no Bolsa Família

Marília tem 499 suspeitas de fraude no Bolsa Família

O Ministério Público Federal identificou 499 pagamentos suspeitos de bolsas famílias em Marília, que representam gastos de quase R$ 2 milhões. São pelo menos 471 beneficiários identificados como beneficiários, além de doadores de campanhas eleitorais que deram a candidatos mais do que recebem.

O estudo integra um raio-x nacional de suspeitas de fraudes nos benefícios e deve provocar visitas domiciliares a 870 mil beneficiários em todo o país. A Prefeitura de Marília, que representa o governo federal nas transferências, deve ser orientada a promover as visitas e adequações dos pagamentos, com cancelamento dos indevidos.

Além dos “empresários”, dois beneficiários falecidos, 23 servidores com núcleo familiar de qatro pessoas e três doadores de campanha foram identificados no estudo de suspeitas na cidade. O total de suspeitos representa 5% dos pagamentos. O volume coloca a cidade como a 182ª do Estado em suspeitas e a 1.227 do Brasil. Nem entre as piores e nem entre as melhores em pagamento.

O Estado tem algumas das cidades campeãs de fraudes, inclusive próximas a Marília, como Castilho e Iaras, na faixa de 20% de perfis suspeitos identificados pela Procuradoria.

O diagnóstico sobre o maior programa de transferência de renda do governo federal, assim como as ações propostas e os resultados alcançados estão disponíveis no site www.raioxbolsafamilia.mpf.mp.br.

As recomendações para visitas e ajustes foram expedidas em todo o país no período de julho a setembro deste ano, com prazo de 60 a 120 dias para que os gestores municipais informassem o número de irregularidades confirmadas e de benefícios cancelados. As respostas às recomendações ainda estão sendo recebidas e processadas pelo MPF.

Os casos suspeitos foram identificados por meio de ferramenta de inteligência desenvolvida pelo Ministério Público Federal a partir do cruzamento de dados públicos fornecidos pelo próprio Governo Federal, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pela Receita Federal e pelos Tribunais de Contas estaduais e municipais.

Dados 

O diagnóstico apontou grupos de beneficiários com indicativos de renda incompatíveis com o perfil de pobreza ou extrema pobreza exigido pelas normas do programa. Os perfis suspeitos foram classificados em cinco grupos: falecidos; servidores públicos com clã familiar de até quatro pessoas; empresários; doadores de campanha; e servidores doadores de campanha (independentemente do número de membros do clã familiar).

O projeto do MPF analisou todos os valores pagos pelo Bolsa Família no período de 2013 a maio de 2016. Nesse ciclo, o programa pagou aos 21,4 milhões de beneficiários R$ 86,1 bilhões. Desse total de beneficiários, 874.115 foram considerados suspeitos.