Marília

Salário no comércio vira impasse e polêmica nas redes sociais

Salário no comércio vira impasse e polêmica nas redes sociais

Pelo segundo ano consecutivo a negociação salarial e a convenção coletiva de trabalho no comércio de Marília virou impasse e pode virar dezembro sem acordo. Pior. A polêmica na negociação virou cabo de guerra em divulgação e mídias sociais.

O Sindicato do Comércio, que representa os donos de loja, divulgou nesta sexta-feira uma mensagem em que culpa os comerciários pelo impasse, em informação potencializada por redes sociais para esclarecer a visão da entidade sobre o atraso.

O presidente do Sindicato dos Comerciários, Mário Herrera, acusa o sindicato patronal de falar mais sobre o acordo em rádios e redes sociais que na mesa de debates e já pediu até a intervenção do Ministério do Trabalho.

O impasse está mais uma vez na proposta de liberdade para a jornada de trabalho. Os comerciantes querem estabelecer uma ampla liberdade para contratar funcionários com jornadas e salários reduzidos, além de possibilidades de ampliação de jornadas em momentos especiais.

Entre outras críticas, a medida gera o temor de que a abertura indiscriminada de contratos com redução de jornada é uma manobra que pode tirar do mercado trabalhadores que ganham salários integrais por jornadas normais.

A data-base da categoria é 1º de setembro e o acordo vem em discussão desde agosto. Assim como em 2015, o atraso provoca perdas para os dois lados. Os comerciários seguem sem reajuste de salário e os comerciantes acumulam dívida.

Quando o acordo for fechado – por negociação ou medida judicial – os trabalhadores terão direito a verbas salariais e benefícios corrigidos e atualizados, com juros, até a data-base.

Neste ano o pagamento atrasado provocou parcelamento de cinco meses para que os lojistas pudessem adequar suas dívidas com os trabalhadores. O atraso rendeu quase um salário extra em verbas de atualização.