Marília

Greve paralisa médicos de Saúde da Família em Marília

Greve paralisa médicos de Saúde da Família em Marília

Médicos das Unidades Básicas de Saúde de Marília iniciaram nesta terça-feira uma greve anunciada desde a semana passada por causa dos atrasos nos salários. A greve envolve cerca de 30 profissionais do programa Saúde da Família em todas as unidades da cidade e tem também um caráter “solidário” em apoio a 25 médicos autônomos que atuam com urgências e emergências e não podem participar da greve.

Segundo o presidente do Sindicato, o médico Eder Gatti Fernandes, a greve atinge entre 80% e 90% dos médicos da Família e paralisa o atendimento de rotina, mas não vai afetar atendimento de urgência.

“Orientamos os profissionais que estejam nas unidades porque apesar de ser atendimento primário podem ocorrer casos de urgência que demandem atuação do profissional. Então esta é uma preocupação ética que será cumprida”, disse o presidente.

O crise no pagamento dos autônomos revelou ainda mais um problema que a atual gestão vai deixar como herança para o prefeito eleito Daniel Alonso (PSDB): o uso abusivo e irregular destes contratos. O trabalho dos autônomos deveria ser uma exceção, para cobrir buracos na escala ou situações de crise. Mas os profissionais exercerm a função por meses, criam vínculos com setor e respondem por até 40% da escala.

“É uma situação irregular, que não deveria ocorrer. Mas nossa prioridade agora é regularizar a questão dos vencimentos e no futuro vamos discutir esta situação com a prefeitura.”

Eder Gatti afirmou que o último contato da entidade com a prefeitura foi feito na semana passada com a promessa de pagamento. Parte dos vencimentos atrasados foi liberada na sexta-feira e o restante deve ser pago nesta terça.

“Vamos aguardar e analisar. Ainda na noite desta terça faremos uma assembléia e decidimos. Caso tenha sido regularizado, encerramos a greve, Ninguém quer fazer paralisação, temos a consciência de importância social da atuação do médico.”

A paralisação dos médicos agrava uma crise no setor, que na semana passada já enfrentou greve de funcionários dos postos de saúde. Os profissionais são contratados de forma terceirizada, através de organizações de saúde que assumem a gestão dos serviços.

Mas a falta dos pagamentos na saúde é só mais um capítulo em uma novela de descontrole das contas. Fornecedores, prestadores de serviços, Instituto de Previdência enfrentaram um ano de atrasos nos pagamentos.