Ricardo Martins do Nascimento, de 21 anos, disse estar arrependido de ter agredido e matado o vendedor ambulante Luiz Carlos Ruas, 54 anos. Ele falou rapidamente com os jornalistas enquanto era levado do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) para a Delegacia de Polícia do Metropolitano (Delpom), em São Paulo, onde passará por um reconhecimento das testemunhas.
Ricardo lamentou o ocorrido e disse que se pudesse, faria algo para ajudar a viúva do ambulante. “Eu não sou má pessoa”, disse. O acusado foi preso às 21h de ontem (27) na casa de um amigo numa favela do município de Itupeva, região de Campinas. Caso seja reconhecido hoje (28) pelas 14 testemunhas, incluindo duas travestis e um funcionário da bilheteria, ele será levado para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros, zona oeste da capital paulista.
O outro suspeito de ter participado do crime, o primo de Ricardo, Alípio Rogério Belo dos Santos, de 26, continua foragido. “Estamos com equipes nas ruas e não vamos parar, porque isso revoltou todos os policiais. O seu Ruas, uma pessoa humilde, que foi defender as travestis, prestar solidariedade, e acabou pisoteado, morto por esses dois covardes”, disse Osvaldo Nico, diretor do Departamento de Capturas e Delegacias Especializadas.
Ricardo disse que a confusão começou após o seu primo levar uma garrafada na cabeça. “Não acredito nisso, eles estão tentando reverter, mas as imagens estão claras, a covardia que eles fizeram”, disse Nico. “Ele está contando uma história, que, para mim, não convence”, completou.
O crime
Ruas foi espancado e morto às 22h25 de domingo (25), noite de Natal. Segundo testemunhas, o ambulante vendia salgados e refrigerantes do lado de fora da estação quando dois homens se desentenderam com ele e passaram a agredi-lo. O ambulante defendia moradores de rua, incluindo duas travestis, que também foram agredidas pelos dois suspeitos.
O vendedor tentou correr até a bilheteria da estação Pedro II do metrô, mas foi atingido por vários golpes e caiu no local. Ele foi socorrido e levado a um hospital por agentes de segurança do Metrô, mas não resistiu aos ferimentos.