Marília

Um brinde ao fim dos trancos na vida da cidade

A revogação de um decreto sobre o transporte público na cidade é exemplo final de um governo que termina de forma triste e vergonhosa, aos trancos e turbulências. O prefeito Vinícius Camarinha revogou o decreto que dava a segurança de transporte coletivo baseado em duas decisões judiciais de 2013.

Bem, se desde 2013 não precisava do decreto, só descobriu agora? Se ninguém percebeu, dá pra entender porque quebraram a cidade.

Mas se perceberam antes, porque a publicação só agora? Uma polêmica de última hora de propósito? Que serve a quem? Qual o benefício para a população de uma medida assim no dia 31 de dezembro, último dia de governo?

Acontece a mesma coisa com o tal decreto para extinguir cargos. Primeiro que se um decreto extingue, em tese um decreto pode recriar. E depois, uma medida para passar por cima de uma decisão da Câmara? Em reta final de mandato? Para falar de economia para a próxima gestão depois de estabelecer o caos financeiro nesta?

Desde o dia 3 de outubro Vinícius Camarinha exteriorizou sinais de inconformismo com o resultado das urnas. Perdeu, como já havia perdido em 2008 e como seu pai perdeu em 1992, mas nem a experiência em derrota parece ter permitido uma boa absorção do resultado.

A transição de governo foi emperrada. Os novos gestores reclamam da falta de informações e falta de clareza sobre a real situação.

Ninguém esperava que Vinícius fosse ajudar os novos gestores a administrar. Mas medidas para atrapalhar a gestão que chega não são apenas atos políticos, são agressões aos moradores.

A insegurança sobre transportes é exemplo claríssimo. Ainda que as empresas operadoras tivessem que parar. Elas teriam algum prejuízo, mas e o usuário? O que mudaria deixar o decreto?

E se elas não precisam parar mesmo, como parece, a que serviu o tal decreto agora senão a gerar polêmica barata? É para limpar um dos problemas da futura gestão? Bom, mas não poderia ter feito isso em uma transição decente, em outubro ou novembro?

Uma crise á fora, um governo federal desacreditado, crises próprias da cidade e dívidas já serão problemas grandes bastante para uma gestão com pouca experiência, muita pressão e riscos de interferências indevidas.

Um fracasso retumbante pode ajudar o grupo do atual prefeito em 2018 e 2020. Mas vai prejudicar muito a população. Torcer por este fracasso é ato de egoísmo e absoluta falta de respeito com os moradores.

Com tudo isso, o ano novo pode começar enfim com uma boa perspectiva: a gestão é nova, não tem notáveis, acumula problemas mas o Diário Oficial deve começar a circular sem pegadinhas e sem tantos sustos. O fim de um governo de solavancos é a boa nova da data.

Um brinde a isso e bom 2017 pra todos.