Marília

Câmara anula Plano de Carreira e espera novo projeto em 90 dias

Câmara anula Plano de Carreira e espera novo projeto em 90 dias

Por  dez votos a favor e três contra, a Câmara de Marília tornou nulas na manhã desta quinta-feira as leis que criaram o Plano de Carreira, além de legislação específica para servidores da educação e saúde. Polêmica, a proposta desagrada servidores mas foi votada com a promessa de um novo plano em 90 dias. A votação levou pouco mais de três horas em debates.

A votação, primeira da nova Legislatura, foi uma vitória para o prefeito Daniel Alonso (PSDB) e apesar de indicar possibilidade de uma bancada governista forte, assim como a população já viu no mandato anterior em repetidas vitórias por dez a três, mostrou também muitas manifstações que apontam uma câmara com maior independência e cobrança. Mesmo quem votou a favor lembrou a promessa de ver novo plano em 90 dias.

O projeto ganhou apoio da maioria dos vereadores eleitos em campanha com o ex-prefeito Vinícius Camarinha e que passaram a atuar na base de Daniel: professora Daniela, Marcos Rezende, Marcos Custódio, Eduardo Galete, João do Bar e Maurício Roberto.

Contra a anulação votaram os vereadores Luiz Eduardo Nardi, Danilo da Saúde e Cícero de Ceasa, que pela segunda vez racha com o prefeito Daniel Alonso após campanha em que chegou a ser cotado como  candidato a vice-prefeito.

A justificativa do prefeito para anular o Plano é o alto impacto financeiro, com compromisso da administração, criação de cargos privilegiados com reajustes de até 89,5% nos salários enquanto outras categorias terão 10% de reajuste e a promessa de entregar em até 90 dias um novo Plano de Carreira produzido em debate com servidores.

Antes de aprovar a anulação, os vereadores rejeitaram um projeto substitutivo apresentado pelo vereador Luiz Eduardo Nardi (PR), reeleito e que foi um dos articuladores políticos do ex-prefeito Vinícius Camarinha, que propunha o adiamento das leis que criaram o Plano.

Nardi disse na tribuna que o plano cria impacto econômico porque a Câmara não aprovou a extinção dos cargos em comissão. Aproveitou para dizer que viu com “estranheza” pacote de nomeações feitas pelo prefeito Daniel Alonso nos últimos dias. Danilo da Saúde e Cícero do Ceasa também defenderam o  substitutivo.

Márcio Coraíni Júnior e José Luiz Queiroz discursaram a favor da anulação da lei. Coraíni chegou a dizer que o plano foi criado para “fazer bonitinho para os funcionários”.

“Aquilo que está mal feito é mais salutar, é uma higiene legislativa, começar tudo de novo. Em um prazo mais curto se elabora um plano melhor do que o que está aí”, disse Coraíni.