Marília

Combate à leishmaniose começa; limpeza é meta e destino de cães é problema

Combate à leishmaniose começa; limpeza é meta e destino de cães é problema

O trabalho com visitas casa a casa em bairros da zona norte para combater e prevenir casos de leishmaniose começou na quarta-feira e promete uma decisão que gera preocupação e polêmica: a destinação de cães encontrados com infecção pela doença.

As equipes vão percorrer todas as casas dos bairros Jânio Quadros, Aniz Badra e JK. Oferecem orientação sobre controle do mosquito Palha, transmissor da doença. Os bairros atingidos na primeira fase do trabalho envolvem 16 mil moradores e 4.000 cães.

Fazer a retirada de qualquer tipo de material orgânico como folhas, fezes de animais, entulhos e lixo, onde o mosquito possa se reproduzir, é base do trabalho. Mas o controle também envolve identificar cães com sinais de infecção.

“Identificamos os cães por meio do RA (registro Animal), coletamos sangue que será analisado no Centro de Vigilância Ambiental e também realizamos a orientação dos moradores a respeito da dinâmica da doença”, explicou Lupércio Garrido médico veterinário do setor de Controle de Zoonoses.

Os animais vão passar por um teste rápido. Os casos confirmados serão encaminhados para nova análise, do Instituto Adolf Lutz, que determina de forma certa a infecção. Esse segunda fase pode levar até 15 dias após envio dos exames.

“Esses testes são realizados de forma a obter um resultado o mais confiável possível, uma vez que não existe tratamento canino que seja aceito dentro do programa de saúde pública, sendo necessário identificar e eliminar todos os reservatórios urbanos”, explicou Lupércio Garrido

Um protocolo de ações indica que em casos endêmicos – que podem levar a epidemia e ameaçam muitos moradores – os cães passem por controle de exames e após confirmação sejam encaminhados para eutanásia, um abate de forma controlada e sem sofrimento físico para os animais.

Organizações e voluntários de proteção animal condenam a eutanásia e defendem programas mais rigorosos de prevenção contra os mosquitos, tratamento para os cães e campanhas maciças de vacinação de animais. Esse debate se agravou desde o final do ano passado, quando um medicamento liberado pelo Ministério da Saúde oferece chances de tratamento.

Mas é um processo caro, demorado, que exige repetição permanente de exames e mesmo no período de tratamento o cão pode ser transmissor da doença. Além disso, não há garantia de que seja viável para casos de contaminação em grande número de cães e com área concentrada, como é o caso de Marília.

A destinação é preocupação de ONGs e cuidadores da cidade. As medidas de controle já contam com apoio e suporte do Hospital Veterinário da Unimar e profissionais para discutir e definir encaminhamento dos animais, caso haja confirmação de cães infectados.

As questões de controle da doença poderiam estar encmainhadas também com um código zoosanitário, que a cidade discute há anos sem avanço e sem apresnetação da minuta de projeto de lei, inclusive com discussões polêmicas na Câmara.