Marília

Delatado, Camarinha quer afastar delegado da Operação Miragem

Viatura da PF em frente ao escritório do deputado durante Operação Miragem
Viatura da PF em frente ao escritório do deputado durante Operação Miragem

O deputado estadual Abelardo Camarinha, alvo da Operação Miragem da Polícia Federal , apresentou uma representação ao Tribunal Regional Federal, em São Paulo, para afastar o delegado Luciano Menin do comando das investigações.

Uma representação protocolada pelo deputado acusa o delegado Menin de perseguição e inimizade capital, parcialidade e interesse pessoal na investigação. Por enquanto deu errado, mostra um documento obtido pelo Giro Marília. Como o inquérito e todos os documentos ligados a ele correm em sigilo de Justiça, nem a POlícia, nem Justiça e nem Ministério Público fazem qualquer manifestação sobre o caso.

Segundo o documento, em duas páginas para decisão, a desembargadora Cecília Mello rejeitou o pedido por considerar que não é competência do Tribunal promover as medidas para afastamento e substituição do delegado. “Por economia processual”  determinou o encaminhamento do caso para a Procuradoria de Justiça, segundo o documento obtido pelo Giro.

A desembargadora lista as acusações de Camarinha, que aponta parcialidade, transgressões disciplinares e atuação tendenciosa, mas sem qualquer detalhe sobre quais as condutas que indicariam qualquer falha na condução do inquérito.

“Compete ao Ministério Público  a análise desta representação e a tomada de providências cabíveis, sendo esta autoridade subscritora incompetente para o ato”, decide a desembargadora.

Luciano Menin comanda as investigações desde 2014, quando foi instaurado o inquérito 325, em trabalho que já resultou em três prisões e fechamento das rádios Diário FM, Dirceu AM e mais recentemente do jornal Diário.

Como resultado da apuração, a empresária Sandra Mara Norbiato, de Ribeirão Preto, fechou um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal e confessou que faz parte de um esquema fraudulento de controle das empresas.

Sandra Norbiato admitiu que atua como laranja e o jornal e rádios pertencem ao deputado Camarinha e seu filho, o ex-prefeito Vinícius Camarinha. Ela foi uma das pessoas presas pela Operação, em agosto de 2016.

Antonio Carlos dos Santos, ex-marido de Sandra, foi preso na segunda fase da operação, em 24 de janeiro deste ano, acusado de coagir a ex-mulher com ameaças. No mesmo dia o jornal Diário foi fechado. Uma reclamação em tramitação no Supremo Tribunal Federal tenta reverter o fechamento do jornal.