Marília

Audiência anuncia projeto para saúde animal mas reforça polêmica

Audiência anuncia projeto para saúde animal mas reforça polêmica

Pode estar fora do SUS (Sistema Único de Saúde) e atendimento médico a questão mais polêmica levantada pela audiência pública para apresentação de contas da Secretaria Municipal de Saúde em Marília. O encontro lançou novos debates e reforçou polêmicas sobre saúde animal.

A secretaria da pasta, Kátia Ferraz, confirmou na audiência que a secretaria vai seguir o protocolo do Ministério da Saúde e promover a eutanásia – forma de abate supervisionado e sem dor – para cães diagnosticados com leishmaniose, doença que é endêmica entre animais.

O método é rejeitado por protetores e ONGs da causa animal que defendem políticas de tratamento, vacinação e controle do Mosquito Palha, transmissor da doença. Segundo a secretária, as propostas são válidas mas a polêmica não resolve o problema para cães já contaminados.

Segundo Kátia Ferraz, o tratamento é muito caro, muito longo, não pode ser custeado, enfrenta os sintomas da doença e não impede que mesmo durante o tratamento o cão seja um transmissor da doença.

A secretária confirmou na audiência mais um caso de leishmaniose confirmado em humano na cidade – um administrador de condomínio internado no HC – e disse que a saúde vai seguir o protocolo do Ministério.

A defesa do protocolo não é “birra” ou insistência da secretaria. O comando do Conselho Regional de Medicina Veterinária confirmou a eutanásia como medida de contenção da doença. Não há ainda números sobre animais diagnosticados, eutanásias a serem realizadas ou destinação dos animais.

Mas nem só de polêmica foi feito o encontro. Kátia Ferraz disse na audiência que já conversou com o prefeito Daniel Alonso sobre um novo modelo de políticas públicas para saúde animal.

A secretária defendeu a criação de uma coordenadoria para o setor e programas como o uso de um “castramóvel”, equipe de castração que iria aos bairros. Mas não apresentou prazos para qualquer das medidas.

O serviço é uma reivindicação antiga de ONGs e protetores. A secretária afirmou ainda que o programa público de castração será mantido independente dos novos serviços.

A cidade aguarda ainda a aprovação do Código Zoosanitário, que já acumula anos de tramitação na Câmara sem definição de lei que regule cuidados, proteção e políticas municipais de atendimento aos animais de rua.