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Estrada vira atoleiro no Pará, emperra safra e região pode ganhar movimento

Estrada vira atoleiro no Pará, emperra safra e região pode ganhar movimento

Estradas sem condições de tráfego no norte do país desperdiçam dinheiro da safra recorde do país e devem aumentam fluxo de caminhões do Mato Grosso e Goiás na região de Marília.

A rodovia BR-163, usada por produtores para acesso aos portos de Miritituba e Santarém, no Pará, está interditada pelas chuvas e deixa 50 caminhões na espera. Navios que aguardavam carga já deixaram os portos com destino a Santos e Paranaguá, no Paraná. Caminhões que deixem o Mato Grosso com destino ao porto do Paraná devem usar o trecho paulista da BR-153 e passar pela região.

Há duas semanas, por causa das chuvas intensas na região e o aumento do tráfego de caminhões carregados, vários pontos de atoleiros se formaram em um trecho de 47 quilômetros, localizado entre as comunidades de Santa Luzia e Bela Vista do Caracol. A BR-163 liga o Pará ao Rio Grande do Sul – 756,6 km da rodovia no Pará estão pavimentados, faltando 190 km.

“Dinheiro que estava na mesa, de uma grande colheita, está indo para o ralo, nos buracos das estradas”, lamentou o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, em publoicação do jornal O Estado de S.Paulo.

Segundo o ministro, 11 navios que estavam no Porto de Belém esperando carga de soja já foram desviados para portos do Sul do País. Os produtores tiveram prejuízo de US$ 6 milhões só com a taxa para permanência das embarcações.

Segundo Maggi, o produtor que vende a soja precisa entregá-la no prazo, no local definido pelo comprador. Segundo ele, o atraso no escoamento muita vezes obriga produtos a comprar soja em outros países, como Estados Unidos e Argentina, para honrar o contrato.

“E aquela soja brasileira que iria para esse comprador fica ‘micada’ aqui”, explicou o ministro, um dos maiores produtores de soja do País. A estrada será aberta para a passagem de caminhões por períodos. Segundo o Estadão, 1,2 mil caminhões, numa fila de 40 km, no Pará, aguardavam autorização para seguir viagem.

Em apoio à Defesa Civil do estado, o Exército também está fazendo o transporte de cestas básicas e água aos caminhoneiros e suas famílias, bem como aos moradores dos vilarejos próximos à rodovia. Cerca de 4 mil pessoas estão ilhadas às margens da BR-163.