Após cem dias de gestão, a Secretaria Municipal da Educação divulgou nesta segunda-feira nota em que aponta uma das medidas mais importantes de reorganização da cidade em meio à crise financeiro e falta de estrutura: formação dos estoques da merenda para escolas e entidade. Segundo a administração, os estoques foram encontrados vazios e sem licitações.
Em nota distribuída à imprensa, a pasta informa que o processo envolveu regularização de compras, pagamentos e complementação de cardápio que representa compra de 80 toneladas de alimentos, pelo menos 20 delas em carnes diversas. O ex-prefeito Vinícius Camarinha (PSB) nega a falta de estoques e de licitações, veja abaixo.
A secretaria fornece por dia 54 mil refeições na cidade. Atende alunos de 35 Emeis (escolas municipais de ensino infantil), 19 Emefs (fundamental) e três entidades conveniadas. São 19 mil crianças. A Secretaria de Educação também é responsável pela alimentação dos alunos das cerca de 60 escolas estaduais no município.
“Por questão de transparência, é preciso informar a população que em janeiro não havia estoque de nenhum item necessário para a merenda. Também não foram preparadas licitações para aquisição, como deveria ter ocorrido ao término do ano”, diz a nota oficial.
Além disso, os pagamentos aos fornecedores estavam atrasados. Em alguns casos, a inadimplência vinha desde junho de 2016, o que dificultou as compras necessárias para o ano letivo de 2017.
“Educação, por meio da coordenação da Divisão de Alimentação, junto à Fazenda, Planejamento Econômico, enfim, todos nós trabalhamos muito para que essa situação anterior fosse superada. Muito já foi feito e o resultado é visto no prato de cada aluno da Educação Infantil e do Ensino Fundamental em Marília”, disse o secretário da Educação, Beto Cavallari.
Segundo a nota, a merenda escolar de Marília é preparada com base em cardápios balanceados e supera a média dos indicadores nutricionais recomendados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. São servidos arroz, feijão, massas, quatro tipos de carnes, legumes, saladas e frutas.
O secretário da Fazenda, Levi Gomes, destacou que a gestão do estoque será criteriosa e não há mais risco de desabastecimento. “Está sendo feito um gerenciamento para que nunca mais volte a faltar merenda de qualidade para as crianças”, disse.
OUTRO LADO
O ex-prefeito Vinícius Camarinha disse ao Giro que a informação de estoques vazios “não procede” e que cancelar todas as tomadas de preços para compras de gêneros foi uma opção da nova administração.
“Não procede. Conversei com a ex-secretária da Educação, professora Fátima, e ela confirma que foram deixados com o necessário para início de ano, como foi em todo o governo”, disse o ex-prefeito. Vinícius afirmou que as licitações com registro de preços para definições de compras foram abertas no final do govenro.
“O atual prefeito devolveu todas as licitações, todas as tomadas de preços. Foi uma opção pessoal dele.” Vinícius Camarinha disse que os pagamentos a fornecedores foram atrasados porque a merenda envolve repasses do Estado e União e os pagamentos estavam atrasados, o que impediu alguns pagamentos.