O corte do vale-alimentação é irreversível e os servidores municipais aposentados já sabem. Mas ontem eles lotaram as galerias da Câmara e a sala de reuniões ao lado do plenário para pedir uma solução: se não tem vale, o que vai substituir esta perda mensal?
A presença dos servidores foi tão marcante que a manifestação, silenciosa e feita de faixas e negociação, atropelou manifestantes pró e contra rodeios, que só conseguiram chegar às galerias quando os servidores decidiram sair para um encontro com alguns vereadores designados para ouvir os pedidos.
Com muitos cartazes, os servidores deixaram a mensagem: se não pode o vale, que surja outro repasse. Uma sugestão é que a prefeitura crie de forma rápida alguma opção em abono temporário até que um novo formato de repasse permanente seja criado, votado e implantado.
Apesar da presença maciça dos aposentados, em meio a uma sessão tumultuada pelas manifestações sobre rodeios, a Câmara demorou a designar vereadores para ouvir os servidores.
Quase duas horas depois de iniciada a manifestação, os parlamentares José Carlos Albuquerque (PRB) e a professora Daniela Dávila (PR) – que é servidora da educação – foram indicados para atender os servidores.
Eles não representam uma comissão formal e nem ficou estabelecido como a Câmara vai acompanhar o processo, mas a presença dos trabalhadores arrancou mensagens de elogio e solidariedade de governistas, como José Luiz Queiroz (PSDB) e da oposição, como Danilo da Saúde (PSB).
Os aposentados foram embora sem conquista de qualquer solução para repasses, mas com uma demonstração de força e sonoridade para a pergunta que acompanha os quase 2.000 interessados há dias: prefeito, vai haver algum repasse para os aposentados?