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Após onda de violência e protestos; Justiça promete demarcações para índios

Após onda de violência e protestos; Justiça promete demarcações para índios

Cercado por onda de violência em comunidades indígenas, pressionado por uma onda de protestos e revelações sobre “piroridade” em atender ruralistas, o Ministério da Justiça anunciou nesta quarta-feira que pretende acelerar processos de demarcação de terras para índios que caminhem de forma lenta.

O anúncio foi feito pelo ministro da Justiça, Osmar Serraglio, que prometeu uma mutirão para identificar processos de demarcação de terras indígenas que sejam “lentos e amarrados”.

“O governo quer legalizar as demarcações. O que queremos fazer é, talvez até com o regime de mutirão, passar a identificar os processos que estão muito lentos, amarrados e, eu diria, até dificultados”, disse Serraglio em entrevista no Palácio do Planalto.

No último domingo (30), um grupo de indígenas da etnia Gamela foi atacado por homens armados com facões e armas de fogo no Povoado de Bahias, em Viana, no Maranhão. A região é palco de disputa por terra e conflitos agrários entre fazendeiros e índios.

Outros casos de violência provocaram manifestação de um grupo com mais de 30 artistas que gravou um clipe em defesa das demarcações (VEJA AQUI).

Perguntado sobre se o governo planeja substituir o atual presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Antônio Fernandes Toninho Costa, o ministro disse que em um governo de coalizão, essa decisão não cabe apenas ao ministro da Justiça.

Durante coletiva para falar sobre a presença da Força Nacional no Rio de Janeiro, o ministro também negou que a Funai tenha sofrido cortes de gastos diferenciados maiores que os aplicados a outros órgãos ligados ao Ministério da Justiça.

“O que houve é um contingenciamento em âmbito generalizado. A Funai não sofreu qualquer corte diferenciado. Esse contingenciamento foi estendido a todos os órgãos do MJ indiscriminadamente”, disse ele.

Serraglio disse estar em contato constante com a Polícia Federal, para se manter informado sobre o ataque aos índios Gamela. De acordo com o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), pelo menos 13 índios foram feridos por facadas, pauladas e tiros.

“O que posso afirmar é que, desde o primeiro momento, entrei em contato com a PF para pedir participação, investigação e proteção da polícia [aos índios]. Devo ter falado mais de dez vezes com o delegado para me informar sobre o que estava acontecendo”, disse o ministro