Marília

Fechado, jornal Diário é condenado a indenizar Daniel Alonso e recorre

Fechado, jornal Diário é condenado a indenizar Daniel Alonso e recorre

O Jornal Diário e a CMN (Central Marília Notícias), empresa que controla o jornal, foram condenados pela Justiça de Marília a pagar uma indenização de R$ 8.000, a ser corrigida com juros e multa, para o prefeito Daniel Alonso por publicações feitas durante a campanha eleitoral do ano passado.

A decisão é do juiz Ernani Desco Filho, da 2ª Vara Cível, e já recebeu recurso das duas empresas. O processo aguarda apresentação dos argumentos do recurso para sua tramitação.

Daniel entrou com a ação em agosto do ano passado, quando o jornal publicou textos e charges falando sobre penhoras e risco de fechamento da empresa Casa Sol, grupo de lojas de material de construção dirigida pelo prefeito até sua eleição.

Ernani Desco afirma na sentença que a publicação incorreu em exposição desnecessária da imagem dos autores, desviando-se do interesse público, ainda que se trate de informações verídicas.

“Denota-se que as matérias tem caráter depreciativo, divulgadas com o intuito de denegrir a imagem dos autores, sem qualquer intenção de divulgar fatos de interesse à população. Observe-se, ademais, que em nenhum momento as rés comprovaram que frequentemente realizam publicações com o mesmo teor em relação a outras empresas da cidade, nem mesmo explicou a razão da publicação das matérias”, definiu o juiz.

A condenação, que ainda depende de tramitação do recurso e confirmação em tribunais superiores, ocorre meses depois de o jornal ser fechado pela Justiça Federal em conseqüência da Operação Miragem, que investiga série de crimes, incluindo falsificação por uso de laranjas como proprietários do jornal.

As duas empresas estão registradas em nome de Sandra Mara Norbiato, empresária de Ribeirão Preto, que em depoimento ao MInistério Público Federal nega ser a dona de fato e confessa ter assinado os documentos como laranja. Aponta o deputado estadual e ex-prefeito Abelardo Camarinha como verdadeiro proprietário.

Fechado, o Diário deixou de fazer movimentação financeira e já virou alvo de série de ações trabalhistas e de cobranças. Como a discussão dos processos envolve ainda a verdadeira identificação do proprietário a ser responsabilizado pelo pagamento, não há previsão de prazo nem de quem vá pagar a conta de eventual confirmação da nova condenação.