Marília

Em meio a disputa judicial, Prefeitura revoga concorrência de privatização da água

Documentação da Odebrecht Ambiental e Aegea na disputa pela concessão em Marília
Documentação da Odebrecht Ambiental e Aegea na disputa pela concessão em Marília

A Prefeitura de Marília revogou nesta quarta-feira a concorrência pública número 13/2015, aberta para privatizar os serviços de abastecimento de água e coleta e destinação de esgoto em Marília.

A decisão acontece em meio a uma disputa judicial que suspendeu a licitação após uma iniciativa da Matra – Marília Transparente, uma ONG de acompanhamento de gastos públicos.

A disputa judicial era mantida especialmente por envolvimento de uma das empresas participantes da concorrência, a Odebrecht Ambiental, maior grupo privado de saneamento básico no país.

Além da Odebrecht, a concorrência para concessão dos serviços públicos era disputada por um consórico entre a Aegea, outra gigante do setor, com a Replan, empresa da cidade que prestava e ainda executa série de serviços para o Daem como  manutenção de redes em forma terceirizada.

A empresa, que apostava em uma retomada do processo, está em fase de expansão e mudanças e passou a ter novo controle desde abril, quando passou a ser administrada pelo grupo Brookfield  Business Partners LP, um grupo norte-americano com investimentos em diferentes segmentos de infraestrutura.

Com a mudança de controle, a empresa também mudou o nome: passa a ser BRK Ambiental e abandona a marca Odebrecht, que atravessa um momento ruim por exposição negativa decorrente do envolvimento da empresa com as investigações e denúncias da Operação Lava Jato.

Gestora de ativos em vários segmentos, a Brookfield Business Partners LP, junto com outros investidores, passa a deter o controle da Odebrecht Ambiental por um total de US$ 908 milhões.

Desse valor, US$ 768 milhões são um pagamento direto e outros US$ 140 milhões serão investidos no capital da BRK Ambiental.

O acordo para a mudança no controle incluiu a permanência de toda a estrutura técnica, o que, na avaliação da Brookfield, “garante a capacidade técnica-operacional e a manutenção dos compromissos” da BRK Ambiental com os clientes e reguladores.

“A entrada dos novos acionistas fortalece a estrutura econômica e financeira da companhia, ampliando seu acesso a novas tecnologias”, diz nota oficial do grupo.

A BRK Ambiental segue como a maior empresa privada de saneamento do país, com presença em mais de 180 municípios e atendendo cerca de 15 milhões de pessoas.  Opera também plantas de tratamento de resíduos e água para operações industriais.