Marília

HC inaugura ala de urgência e triplica estrutura para tirar macas de corredores

Diretor técnico do HC, Alex Pessa; a Superintendente Paloma Nunes e o coordenador clínico da ala, Renato Tambelli – Rogério Martinez
Diretor técnico do HC, Alex Pessa; a Superintendente Paloma Nunes e o coordenador clínico da ala, Renato Tambelli – Rogério Martinez

O Hospital das Clínicas de Marília inaugurou na manhã desta quinta-feira a nova ala de urgência e emergência com estrutura, equipamentos e espaço para resolver a crise de superlotação no antigo espaço, que repetidas vezes acumulou pacientes no corredor.

Com investimentos de R$ 6 milhões da Secretaria Estadual da Saúde, a nova ala integra um projeto de investimentos que prevê até R$ 52 milhões em obras e ocupa um andar da Ala C, que terá mais quatro pisos com diferentes estruturas de serviços.

A nova ala eleva de três para dez o número de leitos de estabilização de pacientes, dobra número de consultórios e oferece novos equipamentos de monitoramento dos pacientes, como respiradores mecânicos, além de uma sala isolada para casos de doenças infecto-contagiosas.

“A gente vai dobrar o espaço com o mesmo número de pacientes. E não perdi o espaço que havia. Lá passa a ser uma área de retaguarda. O HC passa a ter pronto-socorro de atendimento e pronto-socorro de retaguarda”, explica o médico Renato Augusto Tambelli, coordenador clínico da nova ala.

Segundo o coordenador, em termos de tecnologia o HC passa a oferece o que há de mais moderno no Estado. Além de atendimento, ele destaca que o cenário de ensino e aprendizado para turmas de medicina e enfermagem da Famema foram ampliados.

O diretor técnico do HC, Alex Pessa Pio, afirmou que a nova estrutura é um incentivo a todos os profissionais que acreditam e trabalham no atendimento pelo SUS (Sistema Único de Saúde), que oferece atendimento integral de forma gratuita.

“É um grande investimento, um investimento importante, mas esperamos que ele não pare aí, há outros investimentos, outras necessidades”, explica o diretor.

A superintendente da Autarquia HC, médica Paloma Aparecido Libânio Nunes,  explica que a nova ala faz parte de um braço de extensão do hospital que envolve mais três andares: um para setor de exames por imagens, uma ala de enfermaria com 38 leitos em fase final de obras e um andar de Unidade de Terapia Intensiva, com 24 leitos.

A inauguração da ala foi marcada por um desfile de autoridades, encontros e discursos de união em torno da Famema. Foi o primeiro ato público dos novos diretores da Faculdade, os médicos Valdeir Fagundes de Queiroz e José Augusto Sgarbi, e contou com a participação dos ex-diretores Paulo Michelone e Ivan de Melo Araújo, que fizeram descerramento da placa de inauguração com a superintendente Paloma Nunes.

Em seu discurso, Valdeir Fagundes destacou o perfil regional e estadual de atendimento na Famema e elogiou Michelone e toda diretoria pelo trabalho. “Essa obra representa melhorar atendimento da população, uma área maior, melhor, moderna. E quero fazer um agradecimento à direção anterior pelo trabalho.”

Quando a obra foi iniciada ainda não havia divisão entre a estrutura de saúde e a faculdade. Michelone respondia por toda a estrutura. O médico lembrou que o projeto integral de investimentos prevê ainda a inauguração de uma nova ala, a D, com mais quatro andares de atendimento. Ele já havia entregado outra fase de obra, que foi reestrutura de estrutura de energia do prédio.

“Fiquei feliz, na verdade surpresa, a estrutura ficou bonita. Vai ajudar a equipe a trabalhar. Ajuda muito na assistência e nós que somos da área temos mais é que torcer para que todas as estruturas se organizem e que investiam na estrutura porque a rede SUS é isso, todo mundo trabalhando junto”, disse a superintendente do Hospital Unimar, Márcia Mesquita Serva.

A união pela Famema também provocou encontro do prefeito Daniel Alonso (PSDB) com o ex-prefeito Vinícius Camarinha, que representou o vice-governador Márcio França no evento, e o deputado estadual Abelardo Camarinha, que trocaram elogios e até mensagens de apoio a desejo de sucesso no mandato.

PROTESTO

A inauguração, que esteve inicialmente marcada para segunda-feira, foi adiada para esta quinta com a previsão de participação do governador Geraldo Alckmin. O atendimento perdeu três dias e o governador não veio. O secretario estadual da Saúde, David Uip também não participou.

Escaparam de um protesto de estudantes, que antes mesmo da solenidade estavam posicionados na entrada com cartazes contra um projeto de reorganização dos serviços, que vai levar para o Hospital São Francisco, na zona sul, o atendimento que hoje é feito no Ambulatório Mário Covas ao lado do Hospital.

A estudante Bianca Cal, do 4º ano de medicina e integrante do Diretório Acadêmico, disse que a mudança provoca prejuízo aos usuários e ainda mais porque a mudança para o Hospital será acompanhada pela transferência de leitos do São Francisco para o HC.

“Mesmo com a ala nova isso vai provocar a perda de leitos para atendimento à população. Além disso, o São Francisco tem uma ala de psiquiatria estruturada, com jardim, espaços de atendimento que o HC não tem”, explica.

Os estudantes pretendiam entregar um documento ao governador com todas as posições dos alunos sobre a estrutura. O próximo passo do protesto é encontrar forma de fazer o documento chegar até Alckmin.

A superintendente Paloma Nunes explicou que a mudança foi necessária porque o proprietário do prédio onde funciona o ambulatório pediu um reajuste de preços que inviabiliza o uso do prédio e não foi encontrada outra estrutura mais adequada que o prédio do São Francisco e afirmou que não haverá prejuízos ao atendimento. Ao final dos discursos, os alunos, com cartazes, tiveram acesso à solenidade, inclusive entre as autoridades presentes.