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Delação da JBS inclui Lula, Dilma, Kassab e outros políticos

Delação da JBS inclui Lula, Dilma, Kassab e outros políticos

O empresário Joesley Batista confirmou em sua delação premiada que a JBS usou doações oficiais para pagar propina a políticos que deram contrapartidas para beneficiar a empresa. Em depoimento à Procuradoria-Geral da República (PGR), o empresário explicou como funcionava o esquema de compra de políticos e confirmou que foram repassados recentemente cerca de R$ 500 milhões para agentes públicos.

Joesley estimou que a empresa fez doação oficial de cerca de R$ 400 milhões em troca de contrapartidas e mais R$ 100 milhões por meio de moeda em espécie e notas fiscais falsas. Aos procuradores, Batista confirmou atos de corrupção que foram cometidos pela empresa, senadores, deputados, ex-presidentes da República. Joesley afirmou que a maioria das doações oficiais feitas pela JBS era propina disfarçada por contrapartidas recebidas.

Na lista de políticos estariam os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff , ministros da atual gestão e governadores de estado. O ex-ministro Guido Mantega seria o intermediário de alguns pagamentos que eram devidos em razão de esquemas criminosos no BNDES e em fundos de pensão. Em 2010, por intermédio do ex-ministro Antonio Palocci, teria sido feito outro repasse de R$ 30 milhões para a campanha de Dilma.

O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), teria recebido R$ 5 milhões pela atuação em uma Medida Provisória que disciplinava créditos de PIS/Cofins. O ministro Gilberto Kassab foi citado como beneficiário de propina por Wesley Batista, irmão de Joesley, e também pelo executivo Ricardo Saud.

O governador do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), é citado junto com seu antecessor, André Puccinelli (PMDB),. O governador mineiro Fernando Pimentel (PT-MG), foi acusado de receber R$ 3,6 milhões

“Tem pagamento via oficial, caixa 1, via campanha, tem via caixa 2, tem dinheiro espécie. Essa era a forma de pagar. Acontece o seguinte: combina-se o ilícito, o fato lá de corrupção com o político, com o dirigente do Poder Público, e daí para frente se procede o pagamento.”

“Os pagamentos são feitos das mais diversas maneiras, nota fiscal fria, seja dinheiro, caixa 2, até mesmo doação política oficial”, disse o empresário. O sigilo das delações foi retirado na manhã de hoje (19) pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator das investigações envolvendo as delações da JBS.