Inclusão

Na coluna dessa semana quero compartilhar com vocês a maior dificuldade que encontramos em relação ás pessoas com alguma dificuldade, trata-se de um assunto muito complexo e que infelizmente esta longe de acontecer de uma forma “aceitável”, Escolhi como o tema de hoje a “inclusão” em especial a inclusão da criança portadora de transtorno, dificuldade de aprendizagem, espectro autista, portadoras de síndromes ou com algum tipo de deficiência e que frequentam a escola.

Quem é pai ou mãe de uma criança com dificuldades sabe os problemas que encontramos para inseri-las na vida cotidiana. Nos últimos anos ouvimos falar em educação inclusiva ou inclusão social. Mas o que é isso e qual o papel do pai ou mãe neste processo inclusivo?

O reconhecimento da necessidade de uma inclusão social surgiu da união de forças de pessoas, espalhadas por todo o mundo. A participação das pessoas com dificuldades, transtornos e deficiências, suas famílias e amigos, foi fundamental para que fossem organizados grupos, no intuito de garantir os direitos essenciais às pessoas deficientes. Sabemos que esses direitos referem-se à educação, à saúde, ao trabalho, ao esporte, ao lazer e a todos os serviços públicos.

O Brasil é reconhecidamente um país com uma legislação muito avançada no que diz respeito à inclusão. Devemos isso à Constituição de 1988, que no momento de elaboração teve a participação ativa dos grupos representativos das pessoas com deficiências. Porém, ainda é um grande desafio fazer com que os direitos adquiridos na Constituição Cidadã de 1988, sejam transferidos para a vida dessas pessoas e consequentemente para a instituição escolar.

Esbarramos em muitos obstáculos. A questão não é simplesmente incluí-las, mas trata-se de construir prédios que facilite o ir e vir de todos,escolas capacitadas para recebermos alunos com dificuldades, além de serviços de saúde com profissionais para atender essas pessoas. Todo este aparato é necessário para que a educação inclusiva aconteça realmente.

Mas o sonho de todos nós que trabalhamos com essas crianças começa com a inclusão escolar, ou seja, uma Escola inclusiva com Crianças sentadas lado a lado na sala de aula, no recreio e na biblioteca. Todos os estudantes participando juntos dos jogos escolares, indo para o passeio ao museu ou simplesmente contando como foi o final de semana.

Na escola, vivemos o reflexo do futuro, é uma prévia do que será nossa vida do lado de fora dos muros escolares. Para que a inclusão seja real, e que de fato aconteça, devemos entender e reconhecer o outro, somente assim poderemos ter a honra de compartilhar experiências com pessoas diferentes de nós.
 
Infelizmente, muitos acreditam na impossibilidade de uma escola inclusiva eficiente e real. Mas vou contar, ela é possível.  Como já foi dito anteriormente Nossa Constituição de 1988 garante o acesso de todos ao Ensino Fundamental. A palavra-chave é liberdade, os alunos devem ser livres para aprender cada um de seu modo, de acordo com suas condições e respeitando suas limitações.

Essas escolas permitem que as crianças aprendam umas com as outras, reconhecendo e valorizando as diferenças entre seus colegas. As crianças com transtorno, dificuldades, ou deficiências aprendem a conviver em um ambiente novo, fora do meio familiar ao qual estão acostumadas. Essa nova realidade pode trazer muitos benefícios para o seu futuro. A instituição escolar, enquanto um recurso comunitário representa a sociedade tal como ela é.

A escola inclusiva deve atender a população nas faixas de idade próprias de cada etapa: educação infantil, educação fundamental, ensino médio e universitário, além de garantir condições de locomoção em todos os ambientes da escola.

Todos esses direitos foram garantidos pela Constituição de 1988, que assegura igualdade de condições de acesso e permanência no sistema educacional para todos.

Em suma, depende de cada um de nós, família e sociedade, cobrarmos a existência de escolas inclusivas que facilitem a vida de nossos filhos e alunos, independente de suas características físicas, psicológicas e cognitivas. Desta forma contribuiremos para que possam atingir os seus objetivos pessoais e profissionais, além da inserção no mercado de trabalho e no mundo.

Quero exaltar essa semana a EMEFEI Roberto Caetano Ciminino, onde estuda um aluno que também é meu paciente, através de uma carta por mim redigida solicitando uma estagiária para ajudá-lo a melhorar no processo de alfabetização, em menos de uma semana estava com essa estagiaria orientando e dando atenção a esse aluno que necessita. Obrigado a todos que se empenharam por mais esse processo de inclusão!!!!!

Ótima semana e lembrem-se sempre que devemos lutar pela igualdade respeitando as diferenças!