Uma campanha na internet para pagar a remoção da tatuagem feita na testa de um jovem torturado por acusação de roubo já atingiu 133% da meta e recolheu R$ 19,8 mil dos R$ 15 mil previstos.
O caso viralizou em redes sociais com a circulação de um vídeo em que o tatuador Maycon Wesley Carvalho dos Reis, 27, e seu vizinho, Ronildo Moreira de Araújo, 29, documentam o caso. Os dois gravaram a frase “Sou ladrão e vacilão” na testa do adolescente, a quem acusam de roubar a bicicleta de um deficiente físico. Os dois foram presos por tortura.
Segundo a família, o adolescente é dependente químico e estava desaparecido de casa há alguns dias.
“Ele precisa de ajuda, de tratamento, a gente não tem condições de pagar, a gente é pobre. Eu sou auxiliar de limpeza e estou desempregada. Eu estou acabada, ele pode ser o que for, mas o ser humano não tem direito de fazer isso. Ele é uma criança, ele é doente, não precisa de críticas, precisa de ajuda, de tratamento”, disse a mãe, Vânia Rocha, em entrevista ao portal G1, da rede Globo.
“Isso é um caso de tortura e humilhação muito grave, que vai causar transtornos sociais a ele por muito tempo. Conheço esse garoto desde que ele era pequeno e sua família vive uma situação de pobreza e falta de condições muito grave. Além disso, ele passa por transtornos psicológicos causados pela dependência química e, por isso, precisa de sua ajuda”, diz a mensagem do movimento Afroguerrilha, organizador da vaquinha nas redes sociais.
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Além da remoção da tatuagem, a mãe espera conseguir tratar a dependência química do filho. O adolescente disse ao G1 que “teve vontade de morrer” quando se olhou no espelho e viu a frase marcada para sempre em seu rosto.
“Agora ele está na casa da avó, descansando. Vamos cuidar da saúde dele”, disse Vando Rocha, tio do adolescente
Um advogado já está atendendo a família e acompanhando o caso. Leonardo Rodrigues disse que o primeiro passo é buscar atendimento ao adolescente para depois analisar eventuais medidas judiciais. Um inquérito para investigação de tortura já foi aberto e a Justiça decretou a prisão preventiva dos dois acusados.
A tatuagem e gravação aconteceram em um quarto de pensão onde o tatuador vive. O parceiro do ataque é seu vizinho. Eles disseram que fizeram a tatuagem por “revolta” após o roubo.
