Marília

Prefeitura estuda criação de guarda municipal armada em Marília

Diretor Kednay SImão (centro) com equipe de monitoramento da cidade
Diretor Kednay SImão (centro) com equipe de monitoramento da cidade

A diretoria do Observatório e Segurança de Marília iniciou estudos para implantar na cidade uma guarda civil armada, destinada inicialmente a proteger prédios públicos mas de forma secundária reforçar segurança pública.

Os estudos envolve levantamento de custos, planejamento de estruturas de treinamento e formação de equipes, identificação de parcerias privadas de financiamento e de eventuais repasses ou doações dos governos estadual e federal para o serviço.

O responsável pelos estudos é o recém nomeado diretor Kedney Simão, 41, que por 18 anos atuou na Polícia Militar em serviços de patrulhamento e treinamento de policiais. Filho de militar, é casado com uma policial e irmão de outros dois.

Segundo o diretor, o setor de segurança vive uma nova fase de gestão na cidade que já estaria gerando redução de custos com cortes de terceirizados, reorganização de equipes de vigilantes e reorganização dos serviços de atividade delegada, em que a PM presta serviços financiados pelo município.

Simão afirmou que a intenção e ter o projeto pronto em tempo para que a prefeitura possa implantar os serviços até 2020, caso o prefeito Daniel Alonso deseje tomar a iniciativa.

Giro – A administração faz hoje um discurso de reconstrução, de serviços essenciais que precisam de muito investimento. Há orçamento para a guarda municipal?

Kedney Simão – Em algum momento tem que iniciar o estudo. Quanto mais demora mais se torna distante de realidade. É nisso que governos às vezes falham: vamos pensar mas não inicia estudos. O Daniel tem pensado em gestão de segurança. Essa gestão já gerou economia de R$ 10 milhões ao ano. Economia com cortes da Proseg, retomada de vigilantes com desvio de função gerou economia, como outros terceirizados como contrato de segurança na UPA, no PA da zona sul. Já verificamos que a equipe da prefeitura consegue suprir.

Giro – O PA da zona sul é vigilância armada…

Simão – É, paga armada mas muitas vezes você vai lá e não tem armas. Para que pagar? E qual o objetivo de colocar um cara armado lá num posto de saúde? Tudo isso vamos analisar e se for o caso rever.

Giro – Uma das propostas do estudo é aproveitar vigilantes patrimoniais. A cidade tem 280 vigilantes, em tese ela precisa dos 280. Ou vamos chegar a conclusão de aquela tem mais do que precisa?

Simão – Estamos fazendo estudos para que cause impacto mínimo. Por exemplo, tínhamos serviços terceirizados e já identificamos e transferimos mais de 30 funcionários de vigilância que estavam em desvio de função. Qual a coerência de ter serviços terceirizados se tinha funcionários da área fora dele? Agora não temos a terceirizada e até hoje nossa visão tem sido muito boa em relação a isso. Estamos suprindo com funcionários do quadro. Se você levar na teoria temos 200 próprios municipais, em tese um por prédio. Claro, há alguns lugares que demandam mais funcionários, mas tudo isso entra no estudo, o aproveitamento do Gaoc entra no estudo. O estudo para criar é dentro do contexto de gestão.

Giro – Quando o senhor fala em estudo, tem meta de prazo?

Simão – Não existe data estabelecida. Não é um discurso ou anúncio político, ‘olha, vou criar a guarda’. Mas já adianto que dentro desta gestão o prefeito terá o estudo para decidir se vai colocar em prática.

Giro – A PM com o tempo de atuação que tem, com a estrutura que tem, muitas vezes não consegue evitar desvios. Uma viatura com cinco policiais tem um tenente formado em quatro anos de um dos vestibulares mais concorridos do país. Como uma equipe da guarda municipal vai estar preparado para estar em ocorrência com vigilantes armados? Como vai dar o treinamento?

Simão – A Polícia Militar tem um contingente enorme. A máquina exige estruturas bem maiores. Aqui você concentrar nível de treinamento maior, consegue nível de acompanhamento maior. Dificilmente você ouve falar e são casos muito isolados se comparar com casos que acontecem com as policias em todo o país. Por isso existe diretoria de segurança com pessoa envolvida na área.

Giro – A ideia é ter 50 guardas…

Simão – Com 30 é bom número para iniciar a guarda e começa mapeamento. Tem que ir devagar para analisar .

Giro Marília – O senhor diz que é importante fazer estudos, mas não é também importante discutir com a comunidade, saber se a cidade quer ter guarda municipal?

Simão – Parte do planejamento pode envolver fazer referendo, fazer audiências. O importante é ter o estudo, ter as informações para o prefeito ou a cidade decidirem se vai implantar.