“Vamos parar de fingir que pagamos o médico e o médico tem que parar de fingir que trabalha.” Com esta frase o ministro da Saúde, Ricardo Barros, defendeu nesta quinta-feira a adoção do sistema de biometria para fiscalizar atuação de médicos do SUS.
A declaração foi uma das polêmicas na manifestação do ministro em encontro para anunciar retomada de investimentos de R$ 1,7 bilhão que haviam sido cortados do orçamento do setor. Mas não foi a única frase de impacto.
“O grande problema de saúde é que não conseguimos fazer com que o médico fique quatro horas na unidade de saúde. A pessoa que tem problema vai diretamente no hospital, porque lá ele sabe que vai estar o médico”, disse, segundo publicação do jornal Folha de S.Paulo.
Também sobrou para as prefeituras. O ministro disse que pretende estabelecer metas de cumprimento de atividades e produtividade. As prefeituras deverão fazer esse controle.
Segundo o ministro, a Organização Mundial de Saúde prevê cada consulta dure cerca de 15 minutos. “Hoje o médico vai lá, faz quatro horas de concurso e marca 16 consultas. Ele faz cinco minutos de consulta e vai embora. Queremos o médico no tempo que concursou.”
Segundo o ministro, 50% dos médicos que trabalham em municípios onde há biometria pedem demissão. “Tenho 100 horas contratadas, eles fazem 30. Se metade for embora e a outra metade cumprir as quatro horas, estamos aumentando a disponibilidade de médicos para a população.”