Um trabalho social com muita dedicação de um jovem mariliense em Cuiabá, no Mato Grosso, será um dos destaques do programa Estrelas, da apresentadora Angélica, da rede Globo, neste sábado.
O programa vai apresentar o projeto Entrega por Cuiabá, que leva roupas, alimentos, produtos de higiene e muita atenção a pessoas em situação de rua da capital do Moto Grosso. E que inaugurou um novo serviço: o reboque do banho solidário.
A inauguração do Banho Solidário levou para Cuiabá o ator e apresentador Otaviano Costa, que é cuiabano, e neste sábado, dia 22, será mostrado no quadro Estrelas Solidárias, que divulga projetos de ação social inovadores e de grande impacto em todo o país.
Junto com o projeto, será mostrado o trabalho de Flávio Silva Tampelini, um jovem mariliense formado em 2003 na Unimar, que fez mestrado e doutorado na USP e em São Paulo conheceu o modelo do projeto Entrega.
Flávio (dir) e voluntários do projeto com Otaviano Costa na gravação do programa – Reprodução/Entrega por Cuiabá
Flávio nunca havia participado de projetos sociais, embora tivesse desejo de trabalhar em ações comunitárias. Concluiu o curso de fisioterapia em Marília em 2003, em 2005 foi a São Paulo fazer mestrado na USP e em 2009 foi aprovado no concurso da Federal no Mato Grosso.
Voltou a São Paulo em 2014 para o doutorado e decidiu enfim trabalhar com projetos comunitários. Foi voluntário nas Casas André Luiz, que atendem 600 pessoas em Guarulhos, e conheceu o Entrega por SP.
“Foi amor à primeira vista. Mudou minha vida. Existe um Flávio antes do Entrega e um depois”, conta. Levou a ideia para a Cuiaba e começou a montar o projeto com circulo de relacionamentos na Universidade, onde o Entrega é hoje um programa de extensão.
Notícias Relacionadas
Sustentável
Consumidores com deficiência mostram falta de acesso em lojas físicas e online
Uma consulta feita pela Fundação Procon-SP entre consumidores que acessaram seu site revela que pessoas com deficiência ainda encontram dificuldades para ter seus direitos respeitados no mercado de consumo: 92% informaram que encontram dificuldades para comprar ou utilizar produtos e serviços em estabelecimentos físicos. Entre os consumidores que compram de forma on-line, 69% consideram que […]
Sustentável
Negro com Pinta de branco…
Negro com Pinta de branco… a piada mais sórdida que ouvi até hoje e ouvi de um Professor negro. Neste dia de reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira, data foi escolhida para coincidir com o dia atribuído à morte de Zumbi dos Palmares que é reconhecido como um dos pioneiros na resistência contra a […]
Nos contatos com a população em situação de rua descobriu que a cidade muito quente tinha um problema: a dificuldade destes moradores em conseguir um banho. “E aí é aquela história: pessoas que inspiram pessoas. Conheci a ideia do reboque do Banho Solidário no Espírito Santo e entrei em contato”, diz.
O modelo é patenteado. Flávio conseguiu a autorização para reproduzir e descobriu que a iniciativa iria custar R$ 15.450. Lançou um projeto de financiamento coletivo em site focado em ações sociais. Tinha 45 dias para fazer a arrecadação. Em 30 recebeu 147 doadores e levantou R$ 18.300.
Voluntários do projeto durante encontro com moradores em situação de rua em Cuiabá – Reprodução/Entrega por Cuiabá
Enquanto preparava a montagem do reboque, o projeto reforçou ações na universidade. “A maioria dos alunos de medicina entra no curso com o sonho de ajudar pessoas. Muitas vezes isso se perde durante o curso. Com o projeto, os alunos põem vivenciar essa experiência, conhecer, ver que aquelas pessoas têm nome, histórias, famílias”, explica.
A ação criou então o enfoque de humanização para os futuros médicos, que fazem o curso com a compreensão da necessidade de contato e de escutar as pessoas.
Hoje o projeto reúne em torno de cem voluntários e a cada saída atende em torno de cem pessoas. E Flávio virou um ativista de atenção social. Acompanha à distancia e em todas as visitas a Marília, onde ainda vivem familiares, os projetos de atendimento e acolhimento.
Conhece inclusive a polêmica com os programas de atendimento na praça da Emdurb, que receberam ataques de moradores de bairros nobres da região preocupados com crescimento da população em situação de rua.
“Vi que em Marília esse número de pessoas aumentou. Vi também a polêmica. Mas é importante ter claro que isso é um problema de saúde pública. Não é caso de polícia, não ´com exclusão que vai ser resolvido. É com integração, com acolhimento”, diz
O projeto não tem fins lucrativos ou ligações com instituições religiosas ou partidos políticos e está aberto a contatos e sugestões. Para saber mais sobre o modelo do projeto acesse a página do Entrega por Cuiabá no Facebook.
