Serviços da Polícia Civil em cidades abrangidas pela Delegacia Seccional de Polícia de Marília registraram 21 afastamentos de policiais por alegação de problemas psicológicos apenas no primeiro semestre de 2017.
O número representa 38% de todo o volume de pedidos nos últimos cinco anos, que registraram 55 casos. O Sindicato dos policiais, que divulgou os dados, culpa estresse, pressão, acúmulo de serviço e precariedade da estrutura como causas do problema.
Em nota, a entidade diz que s afastamentos por problemas psicológico como crises de ansiedade, síndrome do pânico e depressão começaram a aumentar em 2014, quando foram 12 afastamentos nesse sentido. No ano anterior haviam sido sete.
Em 2016, a região de Marília teve 13 afastamentos por esses motivos e em 2015 foram 16. O Sindicato diz ainda que teve de recorrer à Lei de Acesso à Informação para que a Secretaria de Segurança Pública disponibilizasse os dados.
“Solicitamos em duas outras ocasiões informações sobre os afastamento que, na verdade, são provocados pelo estresse, pressão, falta de funcionários, acúmulo de serviços e precariedade das condições de trabalho, mas o Estado não respondia. Tivemos que apelar”, disse o presidente do Sincopol, Celso José Pereira.
A nota oficial diz que em outras Seccionais de Polícia abrangidas pelo Sincopol, como Assis e Ourinhos também têm registrado números significativos de afastamentos por questões psíquicas nos últimos cinco anos. Nas cidades da Seccional Assis, foram 19. Na Seccional Ourinhos, 28.
“O ano de 2014 foi o último em que a categoria recebeu reajuste. Desde então, a inflação oficial já comeu 22,4% do poder de compra do salário dos policiais civis. Por outro lado, aumentaram as aposentadorias e o déficit de funcionários é de aproximadamente 50%.”
O sindicalista diz que as seccionais de Marília, Assis, Tupã e Ourinhos já registraram até 700 policiais civis e apesar do aumento da população e crescimento das cidades – e de ocorrências – hoje haveria apenas 300 policiais.
“A precarização e o acúmulo de serviço são gravíssimos nas delegacias. Aumentam cada vez mais os afastamentos por problemas médicos e psicológicos”, afirma o sindicalista.