Marília

Vendaval atinge casas e até igreja durante velório em Marília

Telhado e paredes de casa desabaram na zona sul – Rogério Martinez
Telhado e paredes de casa desabaram na zona sul – Rogério Martinez

Dezenas de casas danificados, incluindo uma igreja onde uma família fazia velório de um familiar, sofreram danos, destelhamento ou perda de móveis e eletrodomésticos durante o vendaval deste domingo, segundo avaliação da coordenadoria de Defesa Civil de Marília, que chegou a indicar 80 imóveis atingidos mas em relatório oficial apontou 45 casas.

Paredes e telhado de uma casa da rua Odília Barreto desabaram, móveis e eletrodomésticos como a geladeira ficaram expostos e inundados. A moradora, que está grávida, não estava na casa e foi levada para o abrigo montado no Ginásio de Esportes do Clube dos Bancários.

Perto dali, pelo menos dois postes caíram. Casas vizinhas foram destelhadas. A rua Joana Espanhola Fiorindo, no bairro Azaléias, registrou dezenas de casas destelhadas. Colchões encharcados, móveis molhados, roupa de cama e alimentos foram atingidos pela chuva.

Uma igreja evangélica da rua perdeu telhas no salão e na cozinha. Pastor Sidney, responsável pelo prédio, conta que no momento da chuva – entre 9h e 10h – uma família fazia velório de um parente. O corpo foi encaminhado mais cedo para sepultamento em Padre Nóbrega.

Duas irmãs, com casas próximas nas ruas, sofreram com destelhamento. Isabel e Cláudia ainda contabilizavam os prejuízos quatro horas depois do temporal. Carlos Alberto, izinho de Cláudia, também registrou perda de telhas, colchões, roupas de cama e móveis encharcados.

As irmãs Cristina e Márcia Rodrigues, moradoras na rua, estavam com pelo menos três crianças na casa no momento da chuva e conseguiram abrigar todas na sala, único cômodo que não sofreu inundação e nem infiltração de água.

Na Ângelo Raspante, uma rua de terra em que as casas ficam abaixo do nível dos bueiros, casas foram destelhadas e pelo menos duas famílias foram levadas para o abrigo.

Moradores receberam pedaços de lona para cobrir cômodos e a prefeitura fez análise rápida de riscos mas não identificou pontos com graves ameaças de desabamento. As transferências foram adotadas para garantir maior conforto e proteção aos moradores.

Equipes da Defesa Civil atenderam em torno de 30 pessoas para o abrigo no Ginásio, principalmente mulheres e crianças.  Uma sala onde ocorrem treinos foi adaptada para receber as famílias. O ginásio também sofreu destelhamento e a arquibancada e quadra tiveram pontos encharcados.

[movie_id#413]Ainda com chuva forte, famílias receberam lonas, marmitas e visitas de técnicos para avaliar os estragos e riscos de desabamentos e feridos. O prefeito Daniel Alonso e o vice-prefeito Antonio Augusto Ambrósio, o Tato, percorreram os pontos mais atingidos.

O prefeito disse que aguarda relatório oficial da Defesa Civil para definir se vai decretar estado de emergência, que permitiria medidas administrativas especiais de atendimento aos atingidos. A administração envolveu pelo menos cinco secretarias – Assistência, Saúde, Esportes, Direitos Humanos e Limpeza – na central de atendimento no Ginásio. 

Segundo a secretária de Assistência Social, Wânia Lombardi, a prioridade é arrecadar telhas, roupa de cama e banho e material de construção para as casas. A secretaria diz ter alimentos e roupas suficientes para atender o volume de desabrigados.

Além das casas na zona sul, o vento destelhou imóveis na zona oeste, especialmente no Jardim Acapulco, derrubou a cobertura de um posto e danificou telhado de prédios no campus universitário.