Educação

Professora leva soco de aluno e divulga fotos com desabafo em SC

Professora leva soco de aluno e divulga fotos com desabafo em SC

Márcia Friggi, uma professora da rede pública de ensino em Indaial, a 25km de Blumenau, publicou um desabafo nas redes sociais nesta segunda-feira depois de ser agredida por aluno repreendido em sala de aula.

Com o texto, a professora postou diversas fotos de sua rosto ferido, com corte do supercilio após um soco, marcas de sangue no chão e dos pontos após atendimento médico.

O caso ganha importância com o quadro crescente de queixas de violência contra professores na rede pública em todo o país. No Estado de São Paulo, a Apeoesp, sindicato dos professores da rede estadual, indica que por dia a rede registra dez boletins de ocorrência por casos de violência em escolas por dia.

Segundo a postagem, o caso começou quando ela pediu para o aluno colocar sobre a mesa um livro que tinha sobre as pernas. O pedido virou debate e uma ofensa. Na saída, o estudante teria jogado um livro contra a professora. Na diretoria, o caso virou agressão.

“Foi muito rápido, não tive tempo ou possibilidade de defesa. O último soco me jogou na parede”, disse a educadora nas redes sociais.

Márcia Friggi dá aulas de língua portuguesa na escola Prefeito Germano Brandes Júnior, que atende alunos de ensino fundamental e médio. O estudante acusado pela agressão tem 15 anos.

“Estou dilacerada por ter sido agredida fisicamente. Estou dilacerada por saber que não sou a única, talvez não seja a última”, disse a educadora na mensagem.

Veja abaixo a íntegra do texto divulgado pela professora e algumas das imagens que ela postou em redes sociais. 

DILACERADA

Estou dilacerada. Aconteceu assim:

Ele estava com o livro sobre as pernas e eu pedi:

– Coloque seu livro sobre a mesa, por favor.

– Eu coloco o livro onde eu bem quiser.

– As coisas não são assim. 

– Ahhh, vai se foder.

– Retire-se por favor.

Ele levantou para sair, mas no caminho jogou o livro na minha cabeça. Não me feriu, mas poderia. Na direção eu contei o que tinha acontecido. Ele retrucou que menti e eu tentei dizer:

– Como, menti? A sala toda viu… Não deu tempo para mais nada. Ele, um menino forte de 15 anos, começou a me agredir. Foi muito rápido, não tive tempo ou possibilidade de defesa. O último soco me jogou na parede.

Estou dilacerada por ter sido agredida fisicamente. Estou dilacera por saber que não sou a única, talvez não seja a última. Estou dilacera por já ter sofrido agressão verbal, por ver meus colegas sofrerem. Estou dilacera porque dilacera porque me sinto em desamparo, como estão desamparados todos os professores brasileiros. Estamos, há anos l, sendo colocados em condição de desamparo pelos governos. A sociedade nos desamparou. A vida… 

Lembrei dos professores do Paraná que foram massacrados pela polícia, não teve como não lembrar.

Estou dilacerada pelos meus bons alunos, que são muitos e não merecem nossa ausência.

Estou dilacerada, mas eu me recupero e vou dedicar a minha vida para que NENHUM PROFESSOR BRASILEIRA passe por isso
NUNCA MAIS. (Não sei se cometi erro ao escrever, perdoem. )