Marília

Luto - Família e amigos se despedem de Tadakazu Yonenaga, o Tana

Tadakazu Yonenaga, o Tana, em foto com o amigo Walter Gradim, na chácara Toca da Mina – Arquivo Pessoal/Vadinho Doreto
Tadakazu Yonenaga, o Tana, em foto com o amigo Walter Gradim, na chácara Toca da Mina – Arquivo Pessoal/Vadinho Doreto

Uma oração e uma salva de palmas. Foi assim a última despedida de familiares e amigos de diferentes faixas etárias ao empresário Tadakazu Yonenaga, o Tana, proprietário da tradicional Relojoaria XV, falecido na noite desta quarta-feira e sepultado nesta quinta em Marília.

Durante todo o velório e sepultamento o dia foi marcado por manifestações de comoção e resgate de boas memórias com o comerciante, que ainda jovem mostrou duas de suas três paixões: os amigos e o trabalho na loja. A terceira viria com o tempo: a família, formada pela esposa Helena e quatro filhos – três homens e uma mulher.

Tana viveu e fez sua história em Marília até pouco mais de um ano atrás, quando já em tratamento de um câncer foi levado para Sorocaba para morar perto dos filhos, que já haviam deixado a cidade.

Aqui foi integrante do renomado grupo Cativeiro, que reunia estudantes para encontros ao lado do antigo Ginásio, hoje centro de Cultura, na avenida Sampaio Vidal.  

O arquiteto Laerte Rosseto, um dos integrantes do grupo, conta que Tana deixou o contato com o grupo e os estudos para dedicar-se, no final da adolescência,  à relojoaria da família. “Manteve sempre contato com muitos dos amigos, mas dizia que preferia começar mais rápido a vida profissional”, diz Laerte.

A partir do trabalho como comerciante estendeu relações de amizade que o levaram à diretoria do Sindicato do Comércio, do MAC (Marília Atlético Clube), à fundação do grupo Baranga Bote – formado 50% por descendentes de japoneses e 50% brasileiros, e chácaras de esporte: primeiro O Circo e depois A Toca da Mina, criada em 1981 pelo amigo Walter Gradim, um dos muitos companheiros no velório.

“O que dizer de uma amizade de 40 anos? Vivemos juntos, as famílias cresceram juntas, era uma pessoa muito querida”, diz o empresário Pedro Pavão, que falou em nome dos amigos na despedida de Tana.

Havia outros para falar, mas muito emocionados, como o médico Hiroshi Nakano, um dos amigos mais próximos, desde os tempos do Cativeiro.

“Ele, os filhos, era um relacionamento que começou com serviços do banco e foi para dentro de casa”, contra José Henrique Gramolini, o Nino, hoje empresário no ramo de Seguros mas que nos últimos 30 anos manteve relações com Tana iniciadas quando era bancário e atendia a família.

Tana tinha 72 anos, os últimos deles dedicados a estar com a família e lutar contra a doença. Sua despedida, com sepultamento às 17h desta quinta, foi acompanhada por um grupo comovido de amigos dos 35 aos 80 anos, uma história bem resumida na mensagem de despedida em nome dos familiares: “ele está melhor agora e vamos nos encontrar um dia”. Palmas. E até lá, Tana.