Oficiais da Justiça do Trabalho, policiais federais e representantes da CMN (Central Marília Notícias) voltaram ao prédio da empresa nesta terça-feira para uma tentativa frustrada de levantar informações e documentos para embasar ações trabalhistas contras as rádios Diário FM, Dirceu AM e jornal Diário de Marília.
O prédio está lacrado desde janeiro deste ano por ordem da Justiça Federal e o fechamento das empresas, provocado pela Operação Miragem da PF, já provocou a abertura de 79 ações trabalhistas, que pararam de andar por falta de documentos.
A visita ao prédio foi determinada pela Justiça do Trabalho para que a defesa da empresa pudesse recolher informações sobre registros de horas extras, pagamentos feitos, registros de frequência e outros dados dos trabalhadores envolvidos na ação. A medida atende um pedido da defesa das empresas.
Mas a visita foi frustrada pela falta de condições para pesquisas no local. O prédio não tem luz e parte dos arquivos das rádios fica em salas fechadas em um piso no terceiro andar sem condições de análise dos documentos.
Além disso, não é possível acessar arquivos de computador com os dados registrados dos funcionários. A Justiça Trabalhista deverá decidir se haverá nova busca com suporte de estrutura, como gerador de energia para permitir consulta aos documentos.
O adiamento da pesquisa também deve arrastar as ações trabalhistas. As audiências que já estavam marcadas foram canceladas porque a defesa alega impossibilidade de discutir as informações. Sem as pesquisas, estas audiências podem ser jogadas para 2018.
Também está indefinida uma ação de despejo movida desde dezembro de 2016 para entrega do prédio por falta de pagamento. Os valores atrasados passam de R$ 100 mil e crescem a cada mês. A desocupação do prédio depende de ajustes com a Justiça.
É preciso que a empresa indique um local para transferência de todos os móveis, máquinas e documentos, um procedimento que precisaria ser acompanhado pela Polícia Federal. Mas a medida esbarra na discussão central do caso: ninguém assume ser dono da CMN para promover esta mudança.
A Operação Miragem, que fechou as rádios em agosto de 2016 e lacrou o jornal Diário e o prédio em 2017, acusa o deputado estadual Abelardo Camarinha e seu filho, o ex-prefeito Vinícius Camarinha, de serem donos ocultos das rádios.
Outras oito pessoas respondem com ele processo no Tribunal Regional Federal com acusação de vários crimes, que vão de falsificação de documentos a lavagem de dinheiro.