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Servidor acusa vereador de agressão e quebra de decoro em Vera Cruz

Servidor acusa vereador de agressão e quebra de decoro em Vera Cruz

Ari Pereira de Oliveira, 52 anos, servidor público na Prefeitura de Vera Cruz, registrou um Boletim de Ocorrência e uma denúncia na Câmara da cidade com acusação de quebra do decoro parlamentar contra o advogado e vereador Eduardo Zompero Dias, irmão da prefeita Renata Zompero, ambos do PSDB.

Nos dois documentos, o servidor acusa o vereador de injúria, ameaças e de agressão com um tapa no rosto. O motivo seria a recusa do servidor em “cumprir ordens” do vereador, que não tem qualquer cargo na administração direta da cidade.

Contratado como monitor de eventos, o servidor está locado atualmente na recepção do gabinete da prefeita. Ari Oliveira disse à polícia que atendeu telefonema do vereador procurando pela prefeita e respondeu que ela não estava, Segundo o registro, começaram as ofensas.

“O averiguado passou a lhe ofender com palavras ‘seu burro, sou vereador e eu mando’”, diz o registro policial. O servidor afirmou ainda que pouco depois o vereador foi até o gabinete e repetiu as ofensas e teria feito ameaças: “eu tenho poder de te tirar da prefeitura”. Com os novos gritos, teria desferido um tapa na cara do servidor.

O registro na polícia diz que o ex-prefeito e marido da atual prefeita, Antonio Rodolfo Devito, estava no prédio, ouviu a discussão e interveio para afastar o vereador do local. O registro diz que as imagens teriam sido gravadas pelo sistema de segurança do gabinete. A denúncia de quebra do decoro parlamentar pode provocar processo de investigação e até cassação do mandato do vereador.

Segundo o regimento interno da Câmara, são considerados quebra do decoro “proceder de modo incompatível com a dignidade da Câmara, ou faltar com o decoro na sua conduta pública” e “abuso das prerrogativas asseguradas ao Vereador”.

O regimento estabelece ainda trâmite do processo de acordo com o decreto-lei 201 de 1967, criado durante a ditadura para regulamentar cassação de prefeitos. 

Pelo decreto, a denúncia será lida na próxima sessão, marcada para o dia 17, e se aprovada pela maioria dos vereadores – cinco entre os nove parlamentares – provoca a instauração de uma comissão processante, com prazo de 90 dias para promover o julgamento. Mas caso a denúncia seja rejeitada, o caso é arquivado.

O Giro Marília tentou fazer contato com o vereador mas ele não foi localizado na Câmara e a casa informou que ele não autoriza divulgação de seu telefone.